sábado, 14 de setembro de 2013

Refúgio



Lá fora a chuva cai lentamente,
as lágrimas cintilam de meus olhos, parecendo cristais valiosos, mas só valem o preço da minha dor... uma dor pungente, urgente e tão irritantemente insuportável.

Aqui, presa em meu refúgio, pergunto-me como estará você, estará feliz? 

Por algum instante em seu dia, pensa em mim e na dor de me deixar sozinha? 

Será que também sente seus olhos doerem de tanto chorar? 

E seus pensamentos vagam na ânsia de me encontrar presa em suas lembranças?

 Será que a saudade também te sufoca? 

Durante a noite você abafa um grito de dor por sentir a minha falta? 

Será que você sente na pele a ausência dos meus toques? 

E seus lábios, ainda se curvam silenciosamente implorando pelos meus beijos molhados? 

Será que você sente falta da minha boca presa na sua com luxúria? 

Será que você sente falta de beber de meus lábios a minha doce  declaração de amor? 

Será que você me amou? 

E eu me pergunto se em noites chuvosas como essa você sente remorso de não ter me dito nem mesmo adeus... 

foi uma partida silenciosa, sem despedidas, deixando apenas o gosto amargo de uma esperança fingida.

 Você não voltou, não deu notícias, não quis saber como fiquei... apenas se foi, riscando da sua vida a minha vida, deixando-me viver dos resquícios de uma lembrança dolorosa, prendendo-me a um passado aflitivo.

E os detalhes ficam perdidos, esquecidos por nós dois, apenas uma névoa das lembranças e das esperanças fracassadas, que nem mesmo a noite pode varrer na enxurrada dessa chuva que castiga a minh'alma.  
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_Rosi Rosa

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