quinta-feira, 28 de março de 2013

Entre versos




Entre versos romantizo seu amor
ao inverso idealizo você
as rimas não fazem sentido
a solidão sempre presente
me afasta desse poema de amor
Descubro sozinha que para você e eu não existem rimas, a poesia acabou, no papel em branco apenas o título escrito de um romance que não começou.
Versos de amor em pensamentos para um amor não correspondido
Um verso simples de adeus
um diálogo mudo entre corações:
um está a sorrir pela liberdade conquistada, o outro aos pedaços se pergunta como ainda bate diante essa infelicidade.
Dois corações, 
uma história pra um, outra história pra outro.
Alguém vai ser feliz dentro e fora desse poema, 
que triste saber que não serei eu... 


(( Rosi Rosa ))

Caneta






Sinto-me como se estivesse presa em uma folha em branco, sem caneta, sem nada para que eu pudesse escrever minha história, triste e sozinha vejo as pessoas sendo felizes escrevendo suas histórias, tendo em mãos tudo o que precisa, enquanto eu ainda estou procurando uma caneta... 

(( Rosi Rosa ))

Sonhos




Eu sonhei que você terminava comigo;
depois sonhei que era eu que terminava com você
e antes de acordar, sonhei que terminávamos juntos...
Foi um sonho confuso, em uma única noite,
eu fui triste, fui vingativa, fui feliz!

(( Rosi Rosa ))

Só não me esqueça pra sempre





Eu não vou lhe pedir pra que não me esqueça, mesmo porque isso já aconteceu, vou lhe pedir pra que pense em mim só um pouquinho no seu dia a dia, apenas por um instante, segundos talvez... só não me esqueça pra sempre.




(( Rosi Rosa ))

A mesma peça em cartaz




“Você chegou, fez o seu teatro, apresentou a sua peça, e no final, decepcionou o protagonista. O público chorou, e eu também. Por que não existe dor no mundo pior que se sentir especial para alguém em um dia, e noutro perceber que tudo foi uma grande ilusão. E agora, depois de tudo, eu te digo: Eu me senti assim. Doeu, doeu muito. Principalmente quando eu achava que estava te esquecendo, e algo me fazia te lembrar. Ou quando eu imaginava um pedacinho de você em cada pessoa que passava por mim. Mas a culpa não foi tua. O erro que foi meu, desde do princípio conhecendo o roteiro, eu sempre insistia em colocar a mesma peça em cartaz.”




Pedro Pinheiro.



Encaixe-se na minha dor



“Vai me machucar outra vez, como todos os dias, como em todas as horas. Vai fingir que me ama e eu vou acreditar de novo, e de novo, até a lágrima cair. Vai ressurgir assim, com sorriso nos lábios, passos leves e a vida resolvida. Vai me prender no tormento dos dias ruins e me fazer prometer até os meus últimos centavos pela sua felicidade, mas logo partirá, como parte todos os dias. Vejo, e vejo muito. Vejo você de mão em mão, longe de mim. Vejo você, de tristeza à felicidade, saindo de si e esquecendo de mim. Vai me machucar outra vez, como eu me prometi que não mais machucaria. Mas eu gosto, eu devo gostar de martírios. Eu devo te amar. E se queria um texto romântico, encaixe-se na minha dor.”


— Camila Costa

Discurso mudo







“Ela parecia inteira. Inteira porque não tinha ficado nada dela para trás. Seus olhos eram de desilusão, de cansaço. Cansada de construir sonhos, planos, fantasias. E depois da desilusão ter de destruir uma a uma, como se nada daquilo tivesse um dia existido, só para olhar para trás e não sentir nada do que sentira antes. Era mais um fim doído, choroso, arrastado. Fosse o ponto final sua última lágrima de dor, já havia então sido decretado. Decretado num discurso mudo, num adeus em silêncio. Dito através de tudo daquilo que não havia sido falado.”





— Caio Fernando Abreu 


Devolva-me




Quando você me olhou nos olhos, segurou minha mão, abriu um sorriso; eu acreditei. Acreditei que as coisas mudariam. Os meus olhos cheios de esperança se comoveram com os seus olhos cheios de promessas. Minha mão gelada de medo se comoveu com a sua quentinha de desejos. O meu sorriso de alívio se comoveu com o seu sorriso de ‘confia em mim’. O que houve de errado com a nossa segunda chance? Te preparo mil histórias de amor e você não vem, te guardo estrelas e você não quer, espero o celular tocar e você não liga, tento te contar do meu dia e você não escuta, quero te mostrar o mundo e você me convida para olha-lo pela janela. A forma que você age faz com que eu não tenha certeza das minhas escolhas, embora eu pense diariamente que eu morreria por qualquer uma delas. Você me olha com essa cara de quem não vai mudar e eu não estou preparada para uma terceira chance, então devolva-me. Devolva-me todos os planos, os sonhos, os desejos que eu construí e te ofereci. Devolva-me toda a felicidade, a paz e o carinho que eu te entreguei. Devolva-me todas as noites que me dediquei a você. Devolva-me todo esse imenso amor que eu coloquei em seus braços. Devolva-me meus pensamentos, minha respiração, meus sentidos. Devolva-me tudo e eu te devolverei toda essa infinita saudade que tinha, tenho e terei de você.





Hasmy Abbes

quarta-feira, 27 de março de 2013

Arriscar





Você tem medo de seguir
Eu quero continuar.
Você tem dúvidas
Eu tenho tudo definido.
Você se tranca, foge
Eu me exponho, mostro a cara.
Você diz que gosta
Eu mostro o que sinto.
Você quer esperar
Eu tenho pressa.
Você usa meias palavras, vacila, não decide
Eu vou direto ao ponto, sem delongas ou floreios.
Você gosta da minha companhia
Eu também gosto e ficar sozinha não me assusta.
Você quer quando der…
Eu não quero estar no banco reserva.
Você quer viver momentos intensos e vários outros de vazio
Eu não gosto de nada pela metade… sou inteira.
Você quer me ganhar com grandes frases
Eu gosto dos detalhes.
Você é morno
Eu sou quente ou fria, mas nunca meio termo.
Você tem máscaras
Eu sou transparente.
Você tem medo
Eu sei correr riscos.
Não se trata de opostos, apenas de vontade…
Poderíamos lutar contra qualquer coisa, menos contra a sua indecisão.


quinta-feira, 21 de março de 2013

Doce Sara



Autora: Rosinea


Título: Doce Sara


Shipper: Snickers


Classificação: Livre


Não há sinopse, são pensamentos do Nick, simples e apaixonado.


N/A: Essa minha primeira fic Snickers (meia boca diga-se de passagem) foi feita a pedidos da minha amiga Sar Peres.





Caminho tranquilo, pensativo... seminua ela insinua seu corpo sem pudores em minha mente inquieta, brincando com meu corpo aceso, em chamas por vê-la desnuda.


Sara, doce Sara... 


Sorrio ao vento, imaginando sua boca quente em minha pele ardente, suas mãos travessas me despertando desejos, atiçando minha paixão por ela.


Sara, doce Sara... 


Depois daquele beijo, naquela noite tão fresca e calma, depois daquele beijo terno e apaixonado eu me desconheço, fico contando as horas, maldizendo o tempo, tudo para que logo possa estar contigo em meus braços novamente, me inebriando com seu perfume e me afogando em teus beijos molhados.


Meus olhos te buscam nesse parque movimentado, meu coração te grita desesperado, quero você minha Sara, quero você comigo, afugentando esse vazio que a solidão impõe. 


Sento na grama, observando o vai e vem das pessoas, o balançar da árvores, sou surpreendido por duas mãos entrelaçadas fechando meus olhos, eternizo esse toque em minha pele, logo depois entre sorrisos, beijo suavemente suas mãos e a puxo para um beijo ardente, urgente e profundo, me perco nessa boca, e aos poucos adentro em seu coração, sinto o seu corpo arder de paixão a cada toque, confesso que sem ela eu já não vivo. 


Com ela em meu colo tenho o mundo em minhas mãos, por ela meu coração palpita e grita seu nome em êxtase. 


Sara, doce Sara... 


Ele a havia beijado. Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. 


- Clarice Lispector -










*Fim


(( Rosi Rosa ))

Mas sempre vai ser você, entende?







“É só ver teu nome escrito em algum lugar que o coração dispara.

Não é de você que falam naquele jornal, ou naquela revista.

Mas sempre vai ser você, entende?”


— Casebre.

A Lista




"Faça uma lista de grandes amigos. Quem você mais via há dez anos atrás? Quantos você ainda vê todo dia? Quantos você já não encontra mais? Faça uma lista dos sonhos que tinha. Quantos você desistiu de sonhar? Quantos amores jurados pra sempre? Quantos você conseguiu preservar? Onde você ainda se reconhece? Na foto passada ou no espelho de agora? Hoje é do jeito que achou que seria? Quantos amigos você jogou fora? Quantos mistérios que você sondava, quantos você conseguiu entender? Quantos segredos que você guardava, hoje são bobos ninguém quer saber? Quantas mentiras você condenava? Quantas você teve que cometer? Quantos defeitos sanados com o tempo eram o melhor que havia em você? Quantas canções que você não cantava hoje assobia pra sobreviver? Quantas pessoas que você ama hoje acredita que amam você?" 







—Oswaldo Montenegro.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Porque amor, saudade, carinho, afeto, isso não se pede




❝ Mas você sente, sente quando a pessoa começa a te

tratar diferente, com indiferença. Sente quando a pessoa fica fria e da

qualquer desculpa esfarrapada pra não falar com você. Sente quando você

está incomodando, quando anteriormente, a pessoa pedia pra você ficar e

conversar o dia inteiro com ela. Sente quando ela vai se afastando pouco

a pouco, enjoando. Você sente, e o pior é que você não pode fazer nada…

Porque amor, saudade, carinho, afeto, isso não se pede. Você não pode

se ajoelhar e implorar que a pessoa fique quando na verdade a maior

vontade dela é ir embora.







— Brenda G.

A gente é saudade



“Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento. A gente é saudade. É viver para encontrar o olhar da pessoa em cada improvável esquina, confundir cabelos, bocas e perfumes, sorrir com os lábios tendo o coração sufocado. Porque mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebemos que ela é o meio mais eficaz de enxergar o quanto amamos alguém, no passado ou no presente.”
— Gabito Nunes

Depois dos 30, continuamos errando...


"Depois dos 30, continuamos errando. Continuamos não sabendo. Continuamos esperando. Mas, pelo menos, temos uma breve ideia de onde queremos chegar. Não é fácil, eu admito. Existe uma pressão no mundo para que você se torne uma coisa: "gente grande". Aí, meu querido, começa a batalha. Você "tem" que ter um diploma, uma carreira, um namorado, um casamento, um filho, um cachorro. "Mesmo que não seja a lista dos sonhos de sua vida". Você tem que cortar o cabelo, tirar o piercing, encompridar a saia, comprar um biquíni maior, aposentar suas calças rasgadas e blusas de banda. "Apesar de achar seu novo "eu" um tanto demodê". Mas criança grande que sou, ainda acho que os 30 são a melhor coisa do mundo. Que se danem as contas, as rugas e demais amolações. As paranóias dos 20 "finalmente acabaram". Agora você é um ser sublime e sem espinhas. E - digam o que quiserem - você nunca mais vai morrer de amor. "Invenção minha"? Não, acho que não. Depois dos 30, a gente sofre com mais dignidade. A gente sabe que toda dor passa. E entende que - tirando a morte e a lei da gravidade - tudo tem conserto".

__Fernanda Mello__

quarta-feira, 13 de março de 2013

Como os sonhos mudam






“Como a gente muda, meu Deus. Como os sonhos mudam. Alguns foram embora, me deixaram. Outros cresceram juntinho comigo. Alguns sonhos, impacientes, fizeram as malas e se foram sem ao menos deixar uma foto como lembrança. E eu fico aqui, um pouco saudosa, tentando lembrar o que um dia eu quis.”

— Clarissa Corrêa. 

terça-feira, 12 de março de 2013

O Amor Acabou



Autora: Rosinea


Título: O amor acabou 


Gênero: Romance?


Shipper: GSR


Classificação: Livre



Sinopse: O que fazer quando o amor acaba de um lado? 
Viver de mentiras ou aceitar o fim? 
Ter um coração que não ama inteiro em suas mãos ou devolvê-lo aos pedaços ao dono (a)? 
O que fazer?



"Algo havia mudado em meu coração, talvez o silêncio, o sentimento vazio, a ausência da sua pele.


Eu não poderia levar mais adiante esse relacionamento parcial, algumas noites de sono perdidas tentando achar uma solução, noites em que passei sozinha, apenas com a promessa de que eu teria um corpo para me aquecer, ele não veio, e isso já não era mais novidade, aquele brilho em seu olhar que tinha toda vez que me via havia se apagado, eu não me enxergava mais naqueles olhos de um azul penetrante, e isto não é fácil de explicar."


Sara adormeceu sobre o sofá frio esperando por Grissom, os pensamentos brincando em sua mente, ainda sonolenta não percebeu que alguém a observava, ele estava sereno, havia tomado uma decisão dolorosa, mas que colocaria um fim no sofrimento de ambos.


Aos poucos Sara foi acordando, esfregou as mãos em seus olhos e o viu parado em sua frente, renunciou a saudade que sentia e conteve-se para não pular em seus braços e abraçá-lo fortemente, a decisão de por um fim em tudo aquilo havia esvaído quando o viu, maldita covardia, ela resmungava para si mesma.


O silêncio chegava a ser tangível, os olhares inquisitivos queimavam suas peles, ardiam em seus corações.


Grissom suspirou profundamente, sentou-se ao lado de Sara e deu-lhe um beijo em sua testa, ela mordeu o lábio inferior, necessitava mais que um simples beijo casto, seu corpo implorava pelo dele, sem pudores, mas aceitou aquele beijo inocente de conto de fadas.


Um pigarro e o silêncio havia se quebrado, dali a poucos instantes, um coração também se quebraria...


_ Sara, eu sei que tenho sido um pouco ausente, mas hoje estou aqui para resolver essa situação.


Ela congelou, sabia que o que ele teria para dizer não seria uma simples desculpa pela ausência prolongada, e isso doeu como um soco em seu estômago, doloroso demais. Seu coração pulsava rápido, descompassado. 


Ele segurou em suas mãos trêmulas, não quis prolongar muito em suas palavras, foi rápido, talvez um pouco cruel, mas verdadeiro nas poucas palavras pronunciadas.


_ Sar, eu não te amo mais. Suspirou pesadamente como se tirasse um peso de seus ombros, inquieto e temeroso esperou pela reação dela.


Ela retirou suas mãos das dele rispidamente, o choque que suas palavras causaram a fez tremer inteira, incrédula ao que ouviu. Ele fechou os olhos negando as lágrimas que brincavam em seu olhar. Sara apoiou suas mãos em seu rosto e chorou, quis controlar suas lágrimas, mas os soluços vieram involuntariamente, desesperados.


Sara levantou tentando esconder o desespero, Grissom sofreu ao vê-la assim, e com um sobressalto foi até ela e a abraçou fortemente na ânsia de tirar toda aquela dor que ele mesmo causara. Culpado por todo aquele sofrimento ele também chorava.


Ela esmurrou seu tórax na tentativa de feri-lo, as lágrimas desciam sem o menor esforço, ele a abraçou mais, na ânsia de conter seu sofrimento, ficaram abraçados por um longo tempo, seus corações batendo forte, enternecidamente.


De almas sinceras a união sincera nada há que impeça: 
amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera, ou se vacila ao mínimo temor.


- William Shakespeare 


Ela se perdeu naquele abraço, sentiu o perfume inebriante daquele homem que sempre amou, e que ainda amava tanto.


Com o rosto marcado de lágrimas e com a voz embargada, ela rasgou seus verbos, expôs seus sentimentos:


_ Você tinha medo de que eu deixasse de te amar, e no entanto, é você quem não me ama mais, em que caminho nós nos perdemos Gil? Qual canto escuro você deixou o meu amor?


Lágrimas escorriam por sua face, as mãos trêmulas tentavam em vão cobrir os olhos vermelhos.


"Eu te odeio", disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. "Eu te odeio", disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma?


Clarice Lispector


Ele a fez sentar, estava nervosa, ambos choravam, ela por ouvir que ele não mais a amava, ele por colocar um fim em um amor que jurava ser eterno.


Ambos estavam perdidos, cada um em sua própria dor.


Grissom levantou e fitou a janela fechada, seu olhar estava perdido, as lágrimas de Sara rasgavam sua alma, mas o que poderia fazer? Não havia explicação para o fim do amor que sentia, apenas não a amava mais. É crime não saber viver de mentiras? É crime não amar alguém eternamente?


Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.


William Shakespeare


Com o coração despedaçado, Sara foi até Grissom que chorava em silêncio olhando o vazio de uma janela fechada, agora mais calma, ela entendeu que um relacionamento não pode sobreviver apenas de um lado, e apesar de amá-lo tanto, seu amor não supriria o amor de ambos, não poderia amar sozinha, não deveria amar pelos dois, o amor arrebentou de um lado e não há como inventar um amor, e Grissom já não a amava mais, doloroso para o seu coração aceitar, mas infinitamente doloroso continuar nesse abismo de sentimentos.


Sara o abraçou delicadamente, o choro veio pausado, incerto, confuso. Aceitar essa decisão foi como deixar um espaço em branco em seu coração, mágoas pra vida inteira, mas com o tempo talvez se transformariam em lembranças agradáveis ou quem sabe, suportáveis.


Abraçados continuaram em um diálogo mudo, onde apenas os corações tinham voz, palavras machucariam mais, o silêncio confortava, confrontava, perdoava.



O amor acabou, o respeito não!


Agora mais calmos, Grissom e Sara sentaram um de frente ao outro, com as mãos entrelaçadas, perdoaram-se mutuamente, calados, concentrados em seus olhares molhados, os corações batendo pausadamente, Grissom nada disse, sabia que ela precisaria de um tempo para colocar tudo isso em ordem, deu um beijo em seu rosto e levantou para ir embora, um sorriso triste nos lábios:


_ Tchau Sara, te peço perdão por tudo, você vai ficar bem?


_ Tchau, ficarei sim, não hoje e nem amanhã, mas um dia eu ficarei bem...


Ela tentou sorrir, mas a expressão de seus lábios continuaram tristes. Ele acenou e partiu, a porta fez um pequeno barulho denunciando que aquele homem não voltaria mais naquela casa, não voltaria mais para seus braços que agora estavam vazios e frios.


Ela o viu fechar a porta atrás de si, a tristeza invadiu o ambiente com força, Sara não chorou, apenas fechou os olhos e desejou que tudo fosse um sonho ruim, abriu os olhos lentamente e viu a realidade esmagar seu coração, tudo havia terminado, menos o amor que sentia por Grissom.


Grissom encostou na porta fechada, imaginou que seria difícil esse momento, mas calculou errado toda essa agonia, arfava-lhe o peito de dor, dar um fim ao amor era doloroso demais, inexplicável até mesmo para ele que havia tomado essa decisão, imaginou o quanto Sara sofreria pelo seu ato estúpido, pelo seu amor que findou.


Engoliu em seco a dor que arranhava sua garganta e com passos apressados fugiu da tristeza que emanava dentro de si. Esquecer, ser esquecido... era tudo o que queria naquele instante.


Oh, não se assuste, às vezes, a gente mata por amor, mas eu juro que um dia a gente esquece, juro.


Clarice Lispector


Sara teve vontade de fugir, de fingir, de dormir... sentada naquele sofá frio, olhando aquele apartamento vazio e escuro, adormeceu, um novo dia surgia, uma nova vida teria, agora ela só queria dormir e esquecer. Dormir pra esquecer...


Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas..


Clarice Lispector
















* Fim



(( Rosi Rosa ))

sexta-feira, 8 de março de 2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

Como faz quando se é adulta?


“E agora? Como faz quando se é adulta? Qual é a sustagem de agora para que eu não desintegre? Como é que se ama com um corpo de trinta e três anos se por dentro eu tenho cinco anos e estou tremendo, apavorada, pressentindo o estrago que as coisas de verdade podem causar. Por que eu chamo de estrago quando sei que, na verdade, estrago é o que as coisas que não são de verdade causam. Eu tenho tamanho pra suportar o tamanho das coisas de verdade?”

— Tati Bernardi.