domingo, 16 de fevereiro de 2014

Dancei na chuva




Dancei na chuva.
As gotas d'água o meu vestido.
As poças minhas sapatilhas.
Os raios minha coroa.
Os trovões minha música.
Fui dançarina na chuva.
Fui a princesa molhada.
Dancei na chuva encantada.
Bailei flutuando ao vento.
Em movimento. 
Poesia cantada.
As gotas dançavam em meu corpo 
como caricias de um amante apaixonado
do meu príncipe encantado.
Dancei na chuva pra esconder os meus olhos molhados
Dancei na chuva pra esquecer a solidão
Dancei na chuva pra lavar essa paixão 
Dancei na chuva com o coração aos pedaços
Dancei na chuva pra chorar seu amor
esquecer a dor
Escrevi em versos molhados o poema de adeus
e dancei na chuva formando as letras em movimentos suaves
a dança acabou, a chuva continuou, 
assinei o poema com minhas lágrimas
e o soprei em sua direção
cada vez que chover você sentirá as minhas palavras
em forma de canção
e se você se molhar, não se preocupe, são minhas lágrimas lhe devolvendo o meu amor
Aceite-as.
As gotas da chuva 
meu poema sublime
feche os olhos e ouça a chuva
 minha música
e você ouvirá meus passos de dança
distanciando cada vez mais de você
meu poema em movimento
minha partida dançante
minha despedida prometida
cada vez que chover ouça meu adeus
e observe a minha dança
e guarde na lembrança que um dia eu te amei
e hoje não mais
dancei na chuva e apaguei o seu amor
purifiquei meu coração e deixei-me partir
pra longe de ti
Ainda continuo dançando na chuva.
Cada vez que chover 
você sentirá o meu adeus.
Procure não chorar, de lágrimas já bastam as minhas.
Lembre de mim cada vez que chover e sinta no corpo meu toque de despedida, perdida nas águas da chuva.
Hoje eu ainda sou chuva, mas um dia eu serei sol.



— Rosi Rosa





Hoje sou sempre tempestade


Eu vejo a chuva cair lentamente
pingos e pingos sendo separados ao tocar no chão
Eu vejo um raio cortar o céu como um clarão
Eu ouço o trovão rompendo o silêncio como um sermão

Pela janela eu vejo a chuva cair lentamente 
e logo depois fecho os olhos para o tumulto dos meus sentimentos
lá fora as gotas caem silenciosas como cristais reluzentes,
aqui dentro meu coração transborda como nuvens transparentes, 
meus olhos choram uma tempestade exagerada, mal acabada
minha mente recria a sua imagem manchada
pelas lágrimas... um rio de lágrimas

Um pranto antigo, doído... quase um castigo
o relâmpago ilumina o quarto trazendo sombras mal formadas do passado
o vento balança sua foto na parede como se você dançasse sozinho
e o estrondo do trovão pulsa como meu coração, ritmados
minha vida vira uma tempestade, inundada em lágrimas, 
curvada em um canto temendo os agouros dessa chuva que não passa, 
você tornou-se meu mal tempo, minhas nuvens cheias, de incertezas e de tristezas
você que era o meu sol, hoje virou meu dia nublado, acinzentado.
Você que um dia sorriu pra que eu não chorasse, hoje calado deu-me as costas para não ver o meu choro. 
E nunca mais eu parei de chover. Hoje sou sempre tempestade...


— Rosi Rosa

Pra viver a dois


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Amei um coração vazio




Eu não te vi mais
Não te senti mais
Não te ouvi mais
Não te beijei mais
Mas o tempo de sentir saudades já passou, foi-se o dia em que te implorei pra ficar. 
Foi você quem quis partir, não fui eu quem desistiu de nós dois.
E miseravelmente ainda hoje guardo resquícios de uma esperança quase morta.
Eu ainda espero você voltar por aquela porta, trazendo nos lábios um sorriso tímido de perdão, nas mãos rosas vermelhas de reconciliação, e no coração o oferecimento de um amor que eu sempre sonhei pra mim. 
Mas você não vai voltar, sua partida foi tão certa e minha espera por você patética . 
Amei uma mentira, um corpo frio, um homem sem sentimentos.

Amei um coração vazio. 


Rosi Rosa.