quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Afogar a dor em lágrimas (tentar não me afogar em dores)


Eu espremi os olhos na ânsia por chorar, lavar e levar essa dor que esmaga meu ser... mas eu estava seca por dentro, os olhos ardiam, queimavam, mas não existiam mais lágrimas, só dor.

 Porém, meu coração chorava em silêncio a cada batida, eu estava só nessa tempestade de sofrimento, 

eu estava só...

 E eu só precisava de um colo, aninhar em braços reconfortantes e seguros, encostar minha cabeça em ombros fortes e largos e tentar chorar pela última vez.


 Tentar afogar a dor em lágrimas e tentar não me afogar em dores.
Eu só quero um colo pra me resgatar quando fraca eu estiver e não conseguir
mais lutar... 


Eu só quero um colo pra chorar!

_ Rosi Rosa

sábado, 24 de agosto de 2013

Promessa de um novo amor


Ela fugia de um amor não correspondido, ele fugia do amor... um encontro tumultuado, uma tensão desagradável, um tiro e um recomeço... uma promessa de amor!

Sara entrou no grande edifício do Laboratório de Nova York apreensiva, questionando se havia tomado a melhor decisão de se mudar de Las Vegas, fugindo literalmente da presença imponente de Gilbert Grissom, um homem inatingível, seu chefe. Em Nova York ela iria varrer de seu coração aquela poeira que se intitulava Amor, ah, ela iria!

Com um meio sorriso nos lábios, ela caminhou rumo à nova vida, com a cabeça baixa tropeçou em algo sólido, as mãos espalmaram um peito musculoso sobre um terno preto, uma mão forte a segurou pela cintura, evitando que ela caísse estatelada de costas, ainda assustada, ela ergueu a cabeça para ver a muralha que se ergueu frente a ela. Engoliu em seco, sorvendo o ar com dificuldades, o homem que lhe segurava a cintura com mãos fortes se assemelhava a uma estatua grega, beleza e físico banhada em ouro líquido, olhos azuis que lembravam o céu em seu esplendor, uma boca tentadoramente sexy, e uma voz de trovão que lhe provocou um leve tremor em sua pele.

_  Não é que eu não goste de ser admirado, principalmente por belas mulheres, mas não sou uma  evidência pra ser processada, e meu tempo é relativamente escasso pra se perder evitando que mulheres tropecem e consequentemente, caiam! _ Flack lhe sorriu com ironia, a morena em seus braços o olhava como uma predadora, faminta... foi com alegria que a viu ruborizar diante sua indagação, mas foi com insatisfação que a viu sair apressada de seus braços, e uma sensação de vazio o invadiu.

Sara o olhou com fúria, aquele homem tão belo agora lhe parecia um carrasco arrogante, o encarou fuzilando cada parte daquele corpo glorioso, seus lábios agora estavam secos de raiva, umedeceu vagarosamente e falou irritada.

_  Peço perdão por estar em seu caminho, mas não lhe pedi para que impedisse que eu caísse, não sou feita de cristal, se eu cair certamente não vou me quebrar!

Flack a observou atentamente, a mulher era  nervosa e linda! Quando ela umedeceu os lábios, ele teve que se esforçar para não se perder naquele movimento lento que a língua dela percorria, e por um insano pensamento desejou ser aquela língua sobre os lábios da morena. 

Foco Flack, foco... dissera a si mesmo.

Sem esperar uma resposta, Sara o deixou sozinho, caminhando com rapidez, uma onda de mau humor a atingiu, o homem poderia ser lindo, mas era de um humor ácido que lhe corroeu o entusiasmo do primeiro dia no novo emprego.

Petulante! Foi o pensamento de Flack ao ver a graciosidade da morena ao deixa-lo no vácuo, o queixo erguido, os cabelos ondulando sobre os ombros. 

Petulante, quis gritar! Enfiou as mãos no bolso com agressividade, a raiva transfigurando seu rosto e minando seu autocontrole, ele saiu do prédio pisando forte. Enraivecido.

Sara estava tensa, esperava pelo novo chefe Mac Taylor em um escritório com paredes de vidros, o pensamento brincava com ela, imagens do homem que vira antes inundavam sua mente com erotismo. Uma voz forte a trouxe para a realidade, virou-se e viu um homem que exalava sedução, os olhos claros, a pele branca e os músculos tonificados lhe davam um ar de confiança e maturidade. Pensou Sara. 

Mac cruzou o espaço do escritório com passadas largas, estendeu a mão para a nova investigadora criminal com um sorriso discreto.

_ Olá, você deve ser Sara Sidle de Las Vegas, sou Mac Taylor. Grissom me falou muito bem de você, apesar de parecer insatisfeito quanto a sua transferência  Mac falou rapidamente.

Por um momento Sara refletiu com esperanças: "será que Gil já estava sentindo a sua falta?" . negou pra si mesma tais pensamentos com um sorriso gentil para o novo chefe.

_ Sim, sou Sara Sidle. ­ _ Uma apresentação rápida e simples. Mac sorriu enigmático.

O dia transcorreu como flashes, apresentações do pessoal, um rápido tour pelo novo laboratório e logo uma agitação se intensificou por toda a parte, Mac fora chamado com urgência arrastando junto com ele uma Sara experiente e ansiosa por começar o que sabia fazer de melhor, investigar! 

Recebeu instruções, pegou sua maleta e foi coletar provas ao lado de Mac, a grande ironia é que o assassinato ocorreu nas dependências do laboratório, no estacionamento. Um primeiro dia bem inusitado, tropeçar e conhecer um belo homem, um não_ dois belos homens e não precisar nem se aventurar pelas ruas de Nova York, precisou apenas descer alguns andares.

A cena que desenrolou a seguir foi quase surreal, Mac  a estava apresentando para o homem de humor ácido que a impediu de cair horas antes, aos seus pés a vítima aparentemente um policial, um único tiro no peito, escoriações pelos pulsos e um tom vermelho de batom na boca? Beijado antes de morrer? Sara não teve tempo de analisar esse detalhe, aquele homem alto a observava criteriosamente.

Flack arqueou as sobrancelhas em um tom zombeteiro, aquela mulher era a nova investigadora, Mac só poderia estar brincando, não... ele não estava, ainda aturdido o ouviu fazendo apresentações.

_  Detetive Donald Flack, essa é Sara Sidle perita criminal, nossa nova colega de trabalho. _ Era impressão sua ou Mac estava bem empolgado com a nova perita? Flack só podia estar ficando louco, imaginando coisas e nomeando sentimentos, ciumes por alguém estranho era novidade para ele.

Com os olhos azuis cintilando e um riso sardônico, Flack fez uma leve saudação com um menear de cabeça, Sara mordeu o lábio inferior até sentir gosto de sangue, aquele homem a irritava, concluiu.  Mac distanciou-se sem mesmo notar a tensão que aqueles dois irradiavam. A analise do corpo foi um misto de coleta de materiais e sarcasmo, Flack observava o profissionalismo de Sara de modo discreto, concentrada ela nem sequer o notava.

Logo após conversar com um dos policiais, Mac os deixou sozinhos. Sozinhos! Bem, não totalmente sozinhos, estavam com um cadáver, alguns guardas assegurando a segurança, pessoas indo e vindo, afinal estavam em um estacionamento de um grande laboratório... mas para Sara, estar em um ambiente, mesmo que tivesse muitos metros quadrados, com aquele homem, Flack, era o nome dele... seria como estar em um cubículo apertado,  suas risadas irônicas, seu arquear de sobrancelhas sugestivas, e até mesmo seu profissionalismo... a presença dele dominava o ambiente inteiro. Sara ofegou irritada, e recomeçou sua analise no corpo.

O crime não foi muito inteligente, Sara pensou! Crime passional, ciúmes talvez? Não tinha muito o que analisar, o assassino ofereceu em bandeja de prata cada detalhe para sua identificação. A marca de batom nos lábios do morto ofereceria algum traço de DNA, o beijo deixou marcas de saliva, o tiro fora a queima roupa. Ótimo, praticamente caso encerrado. 

Flack observava a nova perita em ação, ela exalava profissionalismo, ele fez uma careta ao vê-la, definitivamente seus dias naquele Laboratório, com a presença daquela mulher seria uma tortura.

Seria maravilhoso! Ele pensava em total conflito.

O corpo já estava sendo removido, Sara já havia coletado tudo de relevante, Flack conversava com um policial quando uma mulher vestida de forma provocante, sapatos de saltos tão altos e finos, batom vermelho escarlate e maquiagem forte sombreando os olhos, chegou impondo sua presença, gritando com Sara. Nas mãos ela segurava uma arma.

Flack agiu rápido, ele agora estava entre Sara e a mulher misteriosa, tentando mediar uma conversa pacifica, Sara estava pálida, as mãos tremiam e suavam.

Com uma pitada de humor e sarcasmo, Flack começou a falar com a louca dos lábios vermelhos.

_ Olha moça, a noite nem bem chegou, e a senhorita já está vestida pra matar!

Sara engoliu o nó que se formou em sua garganta, a mulher soltou uma gargalhada aguda, alta. Assustadora.

_ Estou vestida para matar desde ontem a noite, vivi uma noite de conto de fadas, a ternura de uma história de amor e a luxúria de uma noite de fantasias... Ele me amou por uma noite inteira e eu o amei por uma vida. Uma VIDA. _ A mulher vociferou, lágrimas banhando seu rosto. A arma balançava em suas mãos vacilantes, Sara não ousava nem sequer respirar, estava sobre a mira de uma mulher louca, capaz de tudo.

Apesar da serenidade de Flack, ele tremia por dentro, temia não conseguir desarmar aquela mulher antes de acontecer o pior, antes de oferecer a Sara suas desculpas pela sua total falta de hospitalidade. 

Agora uma pequena multidão observava o desenrolar daquela tragédia anunciada, os policiais evitavam mais aglomeração. 

A mulher soltou um palavrão gritado, remexeu a cabeça para que os cabelos de uma cor extravagante saísse de seus ombros, ela endireitou a postura demonstrando estar pronta para matar e morrer.

Sara tentou falar alguma coisa, mas o olhar de afeição e preocupação que recebeu de Flack a emudeceu temporariamente. Ele continuou impassível, o olhar furioso queimava a mulher a sua frente.

_ Escuta moça, não tenho o tempo todo, não sou psicanalista e tão pouco uma de suas amigas pra ouvir você choramingar um amor não correspondido. Peço que me dê a arma e vamos resolver isso de forma civilizada. _ Flack soltou o ar de seus pulmões com violência, a paciência sendo minada aos poucos, o suor corria de seu rosto.

A mulher sorria e chorava aos mesmo tempo, quando falou, o tom de voz dela era de arrependimento, dor e ironia.

_ O corpo que você "peritazinha" analisou agora a pouco era do meu amante. _ Ela olhava pra Sara com ódio velado nos olhos. _ Um policial e uma prostituta, que casal mais incomum, vocês não acham? _ Ela não esperou que eles respondessem, com uma gargalhada engasgada continuou.

_ Ele achava que eu não era boa pra ele, mesmo eu declarando todo o meu amor para o desgraçado. Eu não era boa pra ser amada por ele, mas isso não o impedia de querer usar o meu corpo. Dei-lhe uma noite regada a sexo, algemei ele e me ofereci em bandeja de prata, eu era dele... apenas durante a noite. Ao amanhecer ele me desprezou, disse que eu não passava de uma vadia sem coração. Sem coração? E todo o amor que eu lhe ofereci não conta? Deixou-me sozinha, no quarto, na cama, na vida. E partiu para trabalhar.

Flack e Sara a ouvia em silêncio, o desabafo, o relato de um crime.
A mulher suspirou dramaticamente e continuou.

_ Eu o segui, aqui nesse estacionamento eu o encurralei, falei mais uma vez do meu amor, jurei mudar por ele... e ele? Gargalhou na minha cara, riu do meu amor, empunhei a arma em seu peito e mesmo assim ele riu descaradamente, disse que eu não teria coragem de feri-lo... dei-lhe o último beijo, demorado pra que eu gravasse o seu gosto e atirei... matei o amor, se eu não seria boa pra ele, ele não seria bom pra mais ninguém. 

A mulher gargalhou histericamente, as feições denunciando uma insanidade perturbada, Sara tapou a boca com uma das mãos para não expressar seu horror, Flack balançou a cabeça com um expressão torturada, sem que ninguém notasse ele dava passos imperceptíveis em direção a mulher. Ela notou e com um grito de pavor... atirou. 

O que aconteceu a seguir ficou nublado como nuvens carregadas prontas pra uma tempestade... a mulher foi dominada, Sara estava desfalecida no chão duro do estacionamento, Flack correu e deslizou pra junto do corpo dela, segurando sua cabeça, gritando por uma ambulância. Mac apareceu em seguida, parecia ter corrido uma maratona, a respiração oscilava. Tentando manter o controle, Flack apertava o ferimento de Sara na ânsia por conter o sangramento, ela abriu lentamente os olhos, fixando nos rosto de Flack, em seguida os fechou em um sono perturbado, sem qualquer emoção. 

A ambulância chegou, Sara fora levada com um ferimento profundo no ombro esquerdo, Flack a acompanhou, ela foi submetida a uma cirurgia para extração da bala, Flack a esperou. Adormecida, ela foi levada logo após a cirurgia para um quarto, Flack sentou em uma poltrona e velou seu restabelecimento. 

Olhou demoradamente a mulher que dormia tranquilamente, pálida, os lábios semiabertos em um respiração lenta, passou suavemente os dedos em torno do rosto de Sara, trilhando um caminho até sua boca, desenhou seus lábios com os dedos, abaixou e deixou em sua boca um leve roçar de seus lábios. Deus! Como temeu perder essa vida, essa mulher só estava em sua vida menos de 24 horas e já ocupava um lugar especial em seu coração, apesar de terem se conhecido em um esbarrão tumultuado, gostou dela desde o princípio, sua força, tenacidade e beleza o havia conquistado. Sentou novamente e cansado acabou dormindo na pequena poltrona do hospital.

Sara acordou aturdida, a cama estranha, o quarto estranho, o cheiro de hospital invadindo a narina, forçou os olhos a acostumar ao branco exagerado do quarto, tentou sentar, não conseguiu, uma dor lhe atravessou o ombro esquerdo, estava imobilizado... fechou os olhos e imagens foram se formando em sua mente, o dia no novo emprego, Flack, um crime, uma louca, um tiro, e um rosto amargurado de preocupação... Flack. Ela se lembrava de como o detetive a segurava, a protegia. E logo ao lado de sua cama, lá estava ele, dormia tranquilamente em um espaço mínimo, as pernas longas esticadas, lindo.

Sara passou os dedos nos próprios lábios, sentindo um gosto novo, como se tivesse sido beijada enquanto dormia. Um movimento leve e um murmúrio de dor fez com que Flack despertasse, com um sobressalto ele já estava ao seu lado.

_ Olá! _ Disse gentilmente, um sorriso doce nos lábios.

_ Olá! _ Sara falou com uma leve careta de dor.

_ Eu sinto muito, deveria ter te protegido, deveria ter sido eu a levar esse tiro, sei que não é feita de cristal como havia me falado horas antes, mas eu temi tanto por você. _ Flack falava sem parar, sem interrupções, sem nem mesmo respirar. Sara arqueou a sobrancelha, o homem de humor ácido, além de uma beleza natural, também tinha um coração!

Ela pigarreou, ele falava e falava, ela tossiu exigindo atenção, sentiu uma fisgada no ombro, franziu a testa em sinal de dor. Ele parou de falar, assustado.

_ Tudo bem Flack, acho que começamos errado nossa apresentação de hoje, eu estava tensa e você... bem você, você vive tenso pelo que eu ouvi por ai.

Pela primeira vez, ele sorria genuinamente, aliviado e sentindo a tensão deixar seu corpo, concentrou-se na mulher deitada em uma cama de hospital, ela irradiava teimosia e ele gostava disso. 

Estendeu uma mão e se apresentou novamente de um jeito polido, arrancando gargalhada em Sara.

_ Prazer, sou Donald Flack, não sou tão mal humorado quanto pareço, irônico, sarcástico... sim, mas não sempre. _ E lhe sorriu, um sorriso que iluminou o quarto inteiro, os olhos brilhando.

Sara esticou a mão e o cumprimentou, abafando um riso leve.

_ Prazer, eu me chamo Sara Sidle e acredite eu sou tudo o que você pensa que sou. Menos de cristal. _ Flack arregalou os olhos diante o senso de humor de Sara, só então perceberam que continuavam com as mãos entrelaçadas, unidas em um cumprimento demorado.  Os olhares se encontraram, se interrogaram, brilhavam em excitação. 

O contato das mãos, as carícia dos olhos foram quebradas por uma presença que adentrou o quarto em silêncio, fora preciso um suspiro com mais afinco para que o notassem. Mac estava ali solidarizando com a colega, Flack afastou relutantemente para que Mac se aproximasse de Sara, ele a olhava com ternura, consciente da atmosfera de romance que pairava no ar. Falou do incidente, do belo trabalho de análise que ela providenciou e por fim, falou da prisão da atacante e assassina confessa da morte do policial. 

Com um leve aceno de cabeça e um piscar de olhos, Mac os deixou sozinhos novamente. Sara abriu a boca pra falar quando um som irrompeu o silêncio imposto, era seu celular, no visor um número conhecido e um nome piscava sem parar, Gilbert Grissom.

Atendeu com um fio de voz, ouviu lamentos em uma voz preocupada e cansada. Flack a olhava desconfiado, Sara estava nervosa com o telefonema. O adeus foi sussurrado, definitivo. Dissera que estava bem e desligou ainda ouvindo ele praguejar baixinho.

Flack aproximou timidamente, segurou sua mão e ficou apenas olhando-a, quieto e silencioso. Um sorriso brincou nos lábios de Sara, ele soltou sua mão e puxou a poltrona para que ficassem lado a lado, sem tirar os olhos dela.

Eles conversaram, conversaram... Ela contou sua amargura, o amor unilateral pelo chefe, ele a dor de perder um amor recente pra morte. Ela trazia um amor não correspondido e ele um amor sepultado, ambos  expostos às dores de um coração partido.

Adormeceram juntos, as mãos unidas, compartilharam suas dores, seus medos, ambos servindo de bálsamo para a cura de suas feridas. O sono foi tranquilo, reconfortante.

Os raios de sol entraram pela janela em um convite silencioso de um novo dia, Sara bocejou, Flack espreguiçou-se, estalando os ossos doloridos por dormir em algo improvisado. Sara riu da careta que ele fazia ao se levantar cambaleando. Ele fingiu uma raiva que não sentia, deu-lhe um beijo na testa e saiu para comprar um café forte, quem sabe ir até sua casa para um banho rápido e para trocar de roupas.

Sara estava acabando de tomar seu café da manhã quando Flack chegou, os cabelos úmidos de um banho revigorante, calças jeans e camisa básica branca o deixaram deslumbrante. Ela piscou e assoviou, deixando Flack ruborizado. 

O médico entrou antes mesmo que eles começassem a conversar, ela estava de alta, liberada para ir pra casa, descansar. Ele sorriu e foi expulso do quarto para que ela pudesse se trocar, a roupa ainda era a mesma do dia do incidente, na blusa as marcas de seu sangue.

Ela andou lentamente para fora do quarto, estava com o braço esquerdo imobilizado por uma tipoia, Flack a esperava, empalideceu ao vê-la com a roupa ensanguentada, droga! Se ao menos ele tivesse pensado, teria comprado alguma roupa para que ela não precisasse usar as mesmas.

_ Vamos? Ele se ouviu dizendo. Ela apenas assentiu com a cabeça, uma mão forte a segurou pela cintura, andaram sem pressa, gentilmente ele a colocou no carro, certificando que o cinto estava bem seguro. Dirigiu com rapidez e segurança, o silêncio era cortante, Sara viu pela janela Nova York passar tilintando pelos seus olhos. Chegaram no prédio dela, subiram o elevador ainda em silêncio. 

Enquanto ele olhava com olhos inquietantes para o pequeno apartamento, ela correu para um banho quente, precisava se livrar daquelas roupas. Flack sentou no sofá e impaciente começou a tamborilar com os dedos na mesinha a sua frente. 

Não foi preciso virar-se para saber que Sara o estava observando no canto da sala, o perfume de rosas invadiu o ambiente, Flack fechou os os olhos e inalou demoradamente aquele aroma excitante, virou e a viu, linda com uma camiseta larga e uma calça jeans justas, os cabelos eram um emaranhado úmidos de fios sedosos, caíam com perfeição sobre os ombros elegantes. 

Ele diminuiu o espaço entre eles com rapidez, Sara ofegou quando Flack uniu sua testa a dela, o hálito quente a deixando tonta de excitação.

_ Eu a desejo desde o primeiro momento em que a vi, em que segurei seu corpo em minhas mãos. _ O rouco de sua voz despertava desejos adormecidos. Ele a segurou com delicadeza, tomando cuidado com o braço imobilizado. 

Sara respirava com dificuldade, o corpo formigando de excitação.

_ Eu quero te beijar Sara. _Flack sussurrou em seu ouvido como uma carícia pré anunciada. 

Sara umedeceu os lábios e clamou pelo beijo de Flack.

_ Beije-me Flack, beije-me agora.

Ele gemeu guturalmente antes de tomar-lhe a boca com suavidade, as línguas bailavam em um balé coreografado, entre gemidos o beijo tornou-se intenso, profundo, Flack a trouxe para perto, encaixando seu corpo ao seu, Sara sentiu a masculinidade crua e rija de Flack tocar-lhe o ventre. Ele mordicou os lábios, deixou uma trilha molhada e sedutora em seu pescoço e colo. _ Eu quero você! Ele sussurrou antes de livrar Sara de sua camiseta, apalpou os seios doloridos, cobertos por um sutiã simples, ela arqueou o corpo desejando mais. 

Foram deixando uma trilha de roupa pelo caminho, o quarto estava na penumbra, Flack colocou Sara com excessivo cuidado na cama, não queria machucar seu ombro ferido. Ela admirou o corpo nu daquele homem, os ombros largos, o peito forte, a barriga lisa, as coxas grossas, o membro pulsava de desejo por ela, ereto.

Ele abaixou lentamente, beijando a boca, os olhos, o pescoço, trilhando um caminho lento até os seios intumescidos de prazer, sugou avidamente delineando com a língua o mamilo enquanto acariciava o outro com a mão em brasa. Ela arqueou o corpo num convite mudo, as mãos agarravam os lençóis em êxtase. Flack usou as mãos e a língua para dar prazer a Sara, a cada gemido dela, um urro de êxtase dele, a dor do prazer beirava a loucura.

Ele a beijou com brutalidade, a masculinidade crua evidente, ela arranhou as costas dele com urgência... ela bebeu a presença dele como se fosse licor, inebriada, embriagada e seduzida. Saciada.

Com um movimento hábil ele segurou-lhe os quadris, e a penetrou de modo vagaroso, enlouquecendo de desejo. Ela enroscou suas pernas na cintura de Flack, aprofundando a penetração.

Ela abafou um grito de prazer, os olhos fechados, a boca semiaberta. Flack movimentou-se sensualmente em uma dança erótica, ela o acompanhou deleitando-se com o modo dele fazer amor.

Os movimentos ficaram acelerados, ritmados, os corpos molhados moldavam-se um ao outro. Ele a apertou ainda mais em seus braços, ela agarrou suas nádegas suplicantes. Ele soltou um grito de prazer, um gemido rouco... ela tremeu e gemeu em seus braços, convulsionando de prazer. Ele disse seu nome pausadamente, como se bebesse cada sílaba, os olhos fechados em puro deleite.

As respirações oscilavam, ele saiu de cima dela e a puxou para que se aconchegasse em seu corpo em chamas, beijou a curva de seus ombros, acariciou o braço machucado depositando com cuidado pequenos beijos no local. Ela sorria, e foi inundada por uma ternura, lágrimas molharam seus olhos, Flack as secou com beijos. 

_ Está triste Sara, arrependida, talvez? Ele aspirou o perfume sutil, temendo pela resposta. O coração falhando algumas batidas. 

Ela circulou com os dedos o braço que ele a envolvia, mordeu os lábios e suspirou. O coração em festa.

_ Arrependida? Jamais... estou feliz, apenas! São lágrimas de felicidade.
Ela fechou os olhos, estava exaustivamente feliz. 

Ele sussurrou contra a boca de Sara, o beijo lento moldava com a língua o doce sabor daquela boca.

_ Eu estou feliz por você ter esbarrado em mim. _ Ele gargalhou. Sara beliscou ele de leve. 

Depois de estar com você, de sentir teu cheiro, tua pele, encostar a mão no seu rosto, ouvir coisas banais, enroscar meus dedos em seus cabelos, enfim, de sentir você, eu tenho, tive e sempre terei absoluta certeza de que eu não quero que você saia da minha rotina. Permaneça sempre, por favor.

— Tati Bernardi.

_ Podemos ser a cura um do outro, a promessa de um novo amor. _ Ela gaguejou, ele lhe brindou com um sorriso sexy, os olhos azuis reluzindo alegria.

_ Você já é a minha promessa Sara! 

Um suspiro forte, um beijo rápido, um gesto gentil, o toque febril de suas mãos trilhavam caminhos de sedução. Sara agradeceu em uma prece silenciosa a oportunidade de um novo amor. Os beijos foram tornando urgentes, ela sentiu a ereção dele suplicando passagem por entre suas coxas úmidas, os dois perderam-se em lençóis amassados, unindo os corpos e os corações. Entrelaçando suas mãos e suas vidas. 

Sara gritou o nome de Flack, transformando cada sílaba em um poema. Ele amou o som do seu nome saído daqueles lábios, ele amou o corpo que gritava pelo dele, ele amou a mulher que tremia de prazer em seus braços.

Saciados de prazer, adormeceram nos braços um do outro, ambos com um sorriso nos lábios e o coração transbordando felicidade. Antes de adormecer, Flack deixou uma frase morrer em seu lábios, uma declaração repentina e tão certa, foi apenas um sussurro, quase ináudivel... foi apenas a certeza de seu coração. Ele não procurava mais o amor, e com alegria foi encontrado. Tinha nome, tinha beleza e teimosia, pra ele o amor chamava-se: Sara Sidle.

_ Eu te amo Sara! E adormeceu. Os olhos úmidos de lágrimas não derramadas.
Ela não ouviu, já ressonava em um sono tranquilo.


Eu sei que não é sempre que a gente encontra alguém que faça bem e nos leve desse temporal. O amor é maior que tudo, do que todos, até a dor se vai quando o olhar é natural.


Pouca Vogal






* Fim






 _ Rosi Rosa

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Amor Amigo (Sandle)



Amor ou amizade? O toque de uma rosa define...



Sentada em uma poltrona que me incomodava com o ranger do couro velho, senti uma lágrima traiçoeira rolar de meu olho esquerdo, outra logo veio em seguida, e outras vieram molhando meu rosto, cegando os meu olhos momentaneamente, respingando em minha camiseta, encharcando o meu coração de tristeza, lamentei o dia apenas estar começando, vontade de voltar pra cama e dormir todas as horas que fosse humanamente possível, implorei para noite chegar, para poder estar ao seu lado, mesmo que invisível para ele, não me importava, sua visibilidade estava cravada em meu coração.


Mas como dizer a ele que o amo? Como dizer que sinto mais que amizade? Como dizer que todos os meus sorrisos ao seu lado são bem mais que apenas sorrisos por suas gracinhas? Como dizer que aquele jeito jovial e aqueles cabelos espetados me tiram o sono e me faz sonhar acordada?


Como dizer a ele: “Sou a mulher da sua vida, disfarçada de sua melhor amiga?” (Tati Bernardi.)


Ouço a campainha tocar em seguida pequenas batidas na porta denunciavam a falta de paciência de quem quer que seja, seco os olhos com as costas das mãos, engulo a dor a repreendendo no âmago do meu ser, esboço um meio sorriso molhado e abro a porta a contragosto.


Era ele, parado em minha frente, nos lábios o mais belo sorriso, nas mãos uma rosa apenas, feche os olhos ele me disse, não pensei um minuto sequer e meus olhos fecharam instintivamente, senti meu rosto ser percorrido pela rosa, sendo desenhado por tão perfeita flor, agora eu sorria, um sorriso de alegria, ele aproximou ainda mais de meu corpo, a rosa contornando a minha boca, e num sussurro disse que me amava. Arqueei a sobrancelha, um misto de incredulidade e euforia, tentei abrir os olhos, ele impediu passando levemente a rosa sobre eles. 


Lentamente me seduzindo!


Aos poucos o aroma da rosa foi perdendo espaço para o cheiro inebriante daquele corpo tão perto ao meu, aqueles lábios roçando o lóbulo de minha orelha, traçando um caminho até minha boca, o beijo foi inevitável, suave e apaixonado...


Mas como dizer a ele que o amo? 




Não precisei dizer nada, as palavras não foram necessárias, o toque de seus lábios nos meus possuíam todas as palavras que ambos queriam dizer, no silêncio nossos corpos se falaram, gritaram, se amaram.


Agora, nós dois estamos sentados na poltrona de couro velho, o ranger já não me incomoda mais, ele está contando alguma piada, não sei... O mundo parou desde o momento em que ele disse que me amava.


Meu olhar contorna cada traço de seu rosto, o ataco com beijos urgentes, mãos atrevidas percorrem embaixo de minha camiseta, arranhando minha pele quente, atiçando meu desejo. O ranger do couro velho soa mais alto intercalado com nossas caricias mais ousadas, declaro meu amor ao seu ouvido, pausadamente e sensualmente me perco naquele corpo tentador, bagunçando seus cabelos espetados... Começando um novo parágrafo em minha vida, escrevendo uma nova história ao lado de Greg Sanders, sonhando com uma vida inteira ao lado do meu amigo e meu amor!


(…) o único ponto final que quero pra nós é esse:


O da felicidade. - Luara Quaresma 





*Fim


_ Rosi Rosa

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Fale um pouco de você




Fale um pouco de você:

Me conta como você está, me fale dos seus planos, deram certo?
Você conseguiu aquela promoção? 
E sua dúvida sobre qual banco abrir uma conta, já se decidiu? 
O carro que você queria, conseguiu comprar? 
E aquele terno que você se encantou e encarou naquela vitrine, comprou?  
Você já foi ao médico ver o porquê daquela dor nas costas? 

Fale um pouco de você, eu preciso saber...

Seu inglês já tá fluente? 
Já aprendeu tocar violão? Ou não?
E aquela música que você dizia ser nossa, conseguiu esquecer? 
A viagem que planejamos juntos, você fez? Com quem?
Você ainda se lembra daquela tarde que passamos juntos no parque?
Você já voltou naquele parque depois que nos separamos? 
Como vai o seu futuro bem traçado, já conseguiu apagar as sombras do passado?
E o presente me negado, já foi superado?
Lembra que você prometeu ler vários livros, já leu?
Prometeu também ficar bem informado sobre tudo, conseguiu?
E o tempo que você nunca tinha, arrumou?

Droga, fale um pouco de você, sabe quanto tempo faz que não tenho notícias suas?

Você está feliz? Casou? Tem filhos? 

Não, não precisa me dizer, eu não aguentaria saber, só me diz como vai você?


_  Rosi Rosa

Clichês



No instante que me iludo, é quando você me esquece. Quando volto à tona, você mergulha nos meus olhos. Se eu te roubo rosas vermelhas, você faz "bem-me-quer". Quando hesito, é quando você já está na estrada.

Se me perco no teu beijo, você fica tentando encontrar um caminho. Quando me encho de receio, você me diz estar pronto. Eu te ponho em xeque-mate, você me diz que cansou de jogar. Quando não quero me machucar, você me telefona no meio da noite.

Eu vejo o sol nascer, você se preocupa em dormir um pouco mais. Quando eu não durmo, é quando você sonha loucuras sobre nós dois. Quando sinto teu gosto na minha boca, você pede economia nos clichês. Se não quero parecer patética, você se diz um poema apaixonado.

Eu quero parar o tempo, você procura seu relógio embaixo da mesa. Quando me escondo, é quando você me quer em cima de você. Se apresso meu passo na sua direção, você engata a marcha ré. Quando reúno meus pedaços, você dá o coração para bater.

Eu deito no seu colo, você se preocupa em fechar a janela. Quando me poupo, é o instante que você se dá de graça. Se ando em alta velocidade, você conta os níquéis pro pedágio. Eu perco as chaves, você insinua mudar pro meu apartamento.

Um amor físico, fatídico, real, raro e patente. Um amor que nasceu, mas nunca viveu. Um amor que aconteceu, mas não foi ocupado. Daquelas comédias românticas que ninguém tem tempo de rir, pois já começa pelo final. Os amores mais bonitos são aqueles que nunca foram usados. 


(Gabito Nunes)

Um pouco menos



Um pouco menos de lembranças amargas


Um pouco menos de saudades intactas

Um pouco menos de ilusão


Um pouco menos de paixão desenfreada



Um pouco menos de despedidas


Um pouco menos de partidas



Um pouco menos de mentiras


Um pouco menos de solidão



Um pouco menos de carências


Um pouco menos de ausências



Um pouco menos de incertezas


Um pouco menos de tristezas



Um pouco menos de palavras repetidas


Um pouco menos de sonhos despedaçados



Um pouco menos de sorrisos forçados


Um pouco menos de corações partidos



Um pouco menos de esperanças fingidas


Um pouco menos de lágrimas derramadas



Um pouco menos de versos rimados


Um pouco menos de poemas amargurados



Um pouco menos de poesias mal ditas


Um pouco menos de promessas mal cumpridas


Um pouco menos de romance sem beijos




Um pouco menos de silêncio cálido



Um pouco menos de desejos loucos


Um pouco menos de sussurros roucos



Um pouco menos de ciúmes poucos


Um pouco menos de abraços trocados



Um pouco menos de histórias fracassadas


Um pouco menos de fuga ardente


Um pouco menos de dúvidas urgentes


Um pouco menos de perguntas, somente


Um pouco menos do impossível, do imperfeito, do incompleto


Um pouco menos do mundo lá fora que chora escondido


Um pouco menos de decepções


Um pouco menos de frio, de chuva, de sol e de indecisões


Um pouco menos dos reflexos de minhas emoções


Um pouco menos de tudo que estraga meu mundo 


Um pouco menos de esperas longas e de planos absurdos


Um pouco menos de fúria, de dor e de sofrimento


Um pouco menos de conversa fiada, afiada como navalha


Um pouco menos de tormentos, lamentos e momentos errados


Um pouco menos de escuridão, de amores cegos e de luzes apagadas

Um pouco menos de expectativas frustradas 


Um pouco menos de indiferença como sentença


Um pouco menos de segredos guardados


Um pouco menos de medos revelados


Um pouco menos de infelicidade e de olhares perdidos 


Um pouco menos de sentimentos não correspondidos

Um pouco menos desse amor sem fim


Um pouco menos de você em mim










Apenas um pouco menos de tudo que me leva ao fim!






_ Rosi Rosa

O começo



Sentimentos aflorando! Será que Patrick está pronto para amar e se deixar ser amado?



Minha visão para o final do episódio 4x09.




Minha primeira fic Jisbon The Mentalist.






Teresa observava Patrick entre uma colherada e outra do sorvete que estavam dividindo, cada traço dele, seus olhos, aquele sorriso que só ele tinha com um ar de malícia, ele era tão perfeito e tão imperfeito ao mesmo tempo, ultimamente ele ocupava cada espaço de seu pensamento, seu melhor sonho, e tantas vezes seu pior pesadelo! Não poderia e não deveria amar Patrick Jane, mas seu coração e seus olhos já o amavam e ela temia que Jane descobrisse, lesse sua mente, não suportaria suas gozações diante sua paixão por ele.

Seus pensamentos foram interrompidos por ele com alguma gracinha que ela não ouviu mas que a fez despertar para a realidade. Jane entre um sorriso e outro começou a falar sobre a mudança de Doc e as perspectivas que o levaram a mudar:

PJ: _ Sabe Lisbon, quando eu morrer, podem queimar minha foto, ou construir uma estátua ou esquecer de mim totalmente. Não poderia me importar menos.

TL: _ Não fala sério. Todos querem ser lembrados.

PJ: _ Vaidade infantil.

TL: _ Quero ser lembrada.

PJ: _ E será, amorosamente, mas não se importará porque quando está morta, está morta e até lá... temos sorvete! 

Jane serviu de uma colherada de sorvete generosa e Teresa o seguiu se deliciando com a taça grande de sorvete a sua frente!

Apesar de seu lado infantil e introspectivo Patrick notara algo de diferente em Lisbon, seus olhares, seus pensamentos perdidos sempre que estava com ele, ele mesmo já não sabia o que sentia por ela, se amizade ou amor! Temia se apaixonar novamente e Red John tirar isso dele friamente como fez com sua esposa e filha, temia por Teresa, não poderia arriscar sua vida, morreria só em pensar que algo de ruim poderia acontecer com ela caso resolvesse se declarar! Perdeu seus olhos na mulher a sua frente distraída tomando seu sorvete, parecia uma criança de tão feliz, por alguns segundos seus olhos se encontraram e naquele instante Jane viu além, dentro da mente de Teresa e não pode medir o amor que viu em seu olhos, ela estava apaixonada por ele, e ele inevitavelmente louco por ela, como agiria de agora em diante? Em súbito levantou-se e disse qualquer coisa sobre cochilar em seu sofá para Teresa e saiu apressadamente sem lhe dar tempo de impor qualquer objeção, precisava pensar, precisava decidir o que fazer a seguir.

Teresa já o conhecia tão bem, e xingou mentalmente seu coração por amar alguém tão infantil quanto Patrick Jane, provavelmente quando chegasse na sede da CBI ele estaria tomando seu chá, rabiscando em seu caderno e deitado em seu sofá, tão infantil, tão Patrick Jane, ela terminou o sorvete vagarosamente evitando ao máximo voltar a vê-lo e não saber o que fazer com os seus sentimentos.

Patrick chegou ao seu destino cauteloso, parou o carro e seguiu lentamente até a lápide de sua esposa e filha no cemitério, ajoelhou-se e chorou, pediu perdão por ser tão estupido e ter causado a morte delas, pediu perdão por não ter conseguido ainda sua vingança, e pediu perdão a sua esposa por estar amando Teresa Lisbon e pediu ainda mais forças para renunciar esse amor, limpou as lágrimas, levantou e foi embora. Demorou propositalmente para chegar até a CBI, não queria encontrar Teresa, no momento queria estar em seu sofá conversando com a imagem de Elvis, quem sabe assim seus pensamentos com ela dariam um tempo, dirigia cautelosamente, sem pressa.

Lisbon havia chegado em seu escritório, passou pela mesa de Van Pelt cumprimentando-a rapidamente, seus olhos ávidos por encontrar com ele, atentos a cada rosto, mas em busca de apenas um... avistou o sofá, vazio, onde estaria Jane?

TL: _ Cho, você sabe onde está Jane?

KC: _ Não chefe, desde que vocês saíram ele ainda não pisou aqui!

TL: _ Tudo bem, ele deve estar por ai analisando o vento, típico do Jane!

Teresa foi para seu escritório, analisar algumas papeladas, talvez pensar em algo que não fosse Patrick Jane, ledo engano, Jane já fazia parte de seus pensamentos e por mais que tentasse ele não sairia tão fácil de sua cabeça.

Algumas horas se passaram e nada de Jane, aos poucos a CBI estava deserta, apenas Lisbon fingia ler alguns papéis na espera de Jane, onde ele estaria? Ele foi claro quando disse a ela que iria cochilar em seu sofá, a deixou sozinha para dormir e nem sequer chegou a entrar na CBI, cadê ele? Teresa se perdia em preocupações, seu coração acelerava ao imaginar que algo de ruim poderia ter acontecido com Jane, será que Red John o pegou? Negou para si mesma com a cabeça, quando o viu entrar sorrateiramente analisando cada espaço do ambiente escuro a sua volta, testificando que estava só, na ponta dos pés foi até seu sofá e deitou, seus olhos pesavam, ficou feliz por estar só, pelo menos por aquela noite encontraria com Teresa apenas em seus sonhos, só ali ela estaria segura, só em seus sonhos o amor por ela poderia acontecer!

Da mesma forma como viu Jane chegar, nas pontas dos pés, Teresa também foi até ele assim, chegou bem perto dele, imaginou seu corpo sobre o dele, desfez tal pensamento, um leve pigarro fez com que Jane abrisse os olhos e se deparasse com ela o observando, ela estava com raiva suas expressões a denunciavam, mas ela estava igualmente linda!

PJ: _ Oi Lisbon, posso te fazer um chá para aliviar sua garganta desse pigarro! Foi irônico, sabia que isso irritava Teresa, queria 
distância-la dele, mesmo ambos sofrendo!

TL: _ Você tirou um cochilo em qual sofá? Saiu tão rápido de onde estávamos e só chegou agora? O que você estava aprontando Patrick Jane? 

Patrick sentou no sofá e bateu com mão ao seu lado indicando para ela sentar também, Teresa sentou ao seu lado na penumbra da noite, tentando não pensar em nada sexual, mas estar ao lado dele e ter pensamentos ingênuos era pedir demais para sua mente.


Jane fazia um esforço sobre-humano para não agarrar ela ali e fazer amor exaustivamente até cansar, mas se contentaria com uma boa conversa.

PJ: _ Lisbon, eu estive visitando minha esposa e minha filha! Seus olhos transpareceram uma tristeza que muitas vezes Lisbon percebera desde que começou a trabalhar com ele.

Ela não soube o que falar, se sentiu minúscula diante do sofrimento dele, incapaz de lhe tirar a dor, a única coisa que pôde fazer no momento foi abraça-lo, tão forte e tão acolhedor que não soube quem estava consolando quem!

A reação de Jane foi de surpresa, a distância que impôs em seu pensamento fora quebrada com esse abraço, toda a sua convicção em se manter distante foi lançada ao chão, o perfume de Teresa sendo inalado por suas narinas, sua mãos percorreram suas costas provocando um leve arrepio nela, um sorriso de canto se fez em Jane, ambos haviam perdido essa batalha!

Teresa se desmanchou nesse abraço, sentiu com as pontas dos dedos a firmeza das costas de Jane, imaginou sua unhas contornando cada espaço de seu corpo nu, sua boca pousou em seu pescoço e antes que pudesse raciocinar depositou um beijo quase casto no pescoço de Jane, o viu arrepiar e em instantes sua bocas estavam coladas, suas línguas bailavam, brincando uma com a outra, o desejo aumentando em cada beijo mais profundo...

Jane delicadamente a deitou no sofá cobrindo todo o corpo dela com o seu, suas mão percorreram milimetricamente o corpo dela, alternando com beijos, enquanto Teresa usava suas unhas lhe proporcionando um prazer sem igual, palavras foram ditas quase sussurradas, declarações eram feitas ao pé do ouvido, respiração ofegante de ambos tornava o clima ainda mais excitante, roupas foram sendo jogadas a esmo ao chão, seus corpos queimavam de prazer, precisavam um do outro, precisavam aplacar esse fogo que os consumiam, as únicas peças que restaram foram as íntimas  Jane admirou aquele corpo perfeito vestida apenas com peças minúsculas, arrancou o sutiã e abocanhou um dos seios e com uma das mão acariciava seu centro úmido, a sensação foi delirante, Teresa se contorcia de prazer, Jane falava coisas sem nexo, seu membro latejando... Teresa retribuía cada toque, cada beijo, mas o prazer era tanto que estava perdendo os sentidos, precisava dele dentro dela, sussurrou em seu ouvido: "Jane, vem pra mim, eu preciso de você!"

Prontamente foi atendida, as únicas peças que impediam de concluir o ato agora estava junto as outras no chão, Jane cuidadosamente penetrou-a, por segundos não se moveu, queria que ela acostumasse com o seu membro dentro dela, ela era tão pequena e frágil que temia machucá-la, sentiu unhas arranhando suas costas em sinal de protestos, ela queria mais, queria movimentos, e uma dança sensual começou, lentamente até chegar num frenesi alucinadamente, com estocadas profundas e compassadas, gritos, gemidos, corpos suados, molhados, estavam matando o desejo que tinham um pelo outro, explorando, descobrindo, amando... desfrutando as delícias que emanavam.

Jane sussurrou um " Eu te amo" inaudível aos ouvidos de Teresa, que respondeu igualmente sussurrados sua declaração, seus corpos se uniram ainda mais, alcançaram juntos o prazer absoluto, Jane jorrou seu líquido dentro de Teresa, cansados e saciados, ficaram abraçados ouvindo apenas o som de suas respirações e o bater de seus corações, Teresa depositou um beijo no braço de Patrick, e antes de falar qualquer coisa, ele já havia desvendado seus pensamentos.

PJ: _ Teresa, eu te amo, você me ama, não há mais o que disfarçar, desta vez eu vou fazer diferente, nada e nem ninguém vai tirar você de mim, nem mesmo minha infantilidade e nem sua teimosia, vamos ficar juntos para sempre! Dito isso beijou sua testa delicadamente.

Teresa apenas assentiu, e se perguntou a quanto tempo Jane sabia desse amor que ela sentia por ele e a quanto tempo era correspondida em silêncio, deu um longo e apaixonado beijo em Patrick.

TL: _ Eu te amo Jane, obrigada por desvendar meus mistérios! E o abraçou, iniciando assim mais uma sessão de caricias, culminando em mais algumas horas de amor e sexo.

E assim começava uma linda história de amor...











Fim*



_ Rosi Rosa

48 horas


O final de semana está chegando. E eu ficarei pensando em quais braços você estará se jogando. Serão 48 horas procurando qualquer coisa que me faça te querer um pouco menos. Dois dias com a certeza de que você estará sorrindo e esquecendo de tudo, enquanto eu busco inutilmente qualquer forma vaga de distração.




— Sean Wilhelm.

Você olhou o calendário?



Você olhou o calendário? Sabe quanto tempo faz? Daqui eu me perco em algumas contas, mas nunca perco a mania de me relembrar de você. Não quero te esquecer, nem quero que você me esqueça. E olha lá, já se foram alguns anos. Você ainda surge nas madrugadas com palavras repetidas e eu ainda te curto num sonho antigo. Nosso quadro é velho, uma pena que a moldura quebrou.

— Camila Costa.