terça-feira, 19 de agosto de 2014

Um amor morto.



Você apareceu.
Eu te segui.
Em sonhos te vi.
E te perdi.
Cadê você? 
 Não está aqui!
Acordada, vejo o vazio.
Frio.
Sem você.
No quarto escuro.
Num mundo escuro.
Numa vida escura.
Cadê você? 
Partiu!
Nos sonhos, fugiu.
Na realidade, morreu.
Um amor morto. 
Preenchendo um coração sombrio.
Rosi Rosa.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Não mais




Olhei pra porta e  fechei os olhos com força e mesmo assim, senti minha face ficar terrivelmente úmida. Eu não conseguia mais conter as lágrimas, ela caíam, sem fim.
Molhava meus lábios, castigava meus olhos. 
Lágrimas. 
Um silêncio molhado, por lágrimas. 
Silêncio. 
Abri os olhos, eles estavam turvados, uma rápida olhada pela janela aberta e vejo que o céu antes tão azul, agora estava nublado. 
Seria o tempo ou minha visão manchada por lágrimas?
O coração apertado, meus lábios crispados. 
Minhas mãos vazias. 
Não houve beijos de despedidas.
Não houve sequer um 'adeus' rápido. 
Você partiu sem deixar um bilhete. 
Você partiu levando meu coração.
Olho mais uma vez minhas mãos, querendo estar segurando um bilhete de partida, mal escrito e  apressado. Mas com um fim, adequado. 
Nada. 
Choro ainda mais alto, rompendo o silêncio com minha angústia. 
Olho pra cama marcada por nossos corpos, os lençóis ainda bagunçados, ainda posso sentir o perfume do nosso amor. 
Amor? 
Sexo.
Nada mais. 
Eu te amei durante todo o tempo em que você apenas me desejava. 
Errei.
Deveria ter lhe dado apenas o meu corpo, mas, estúpida dei-lhe bem mais do que merecia.
Dei-lhe meu coração.
Dei-lhe o meu amor.
Recebi afeto contado, minguado. 
Quase nada. 
Alguns beijos, prazer, conversas vãs e solidão. 
As lágrimas ainda caem, fugazes molham meu rosto. 
Balanço a cabeça e sorrio sem alegria. 
Ele não vai voltar. 
Olho novamente a porta fechada,
Nenhum ruído. 
Nada de ser aberta e você entrar com um sorriso malicioso nos lábios e o olhar quente de saudades. 
Não.
Você não vai voltar. 
Não mais.  
Não pra mim. 
Outros braços sentirão o calor de seu corpo.
Não os meus. 
Não mais.
Nunca mais!

Rosi Rosa.