domingo, 16 de fevereiro de 2014

Hoje sou sempre tempestade


Eu vejo a chuva cair lentamente
pingos e pingos sendo separados ao tocar no chão
Eu vejo um raio cortar o céu como um clarão
Eu ouço o trovão rompendo o silêncio como um sermão

Pela janela eu vejo a chuva cair lentamente 
e logo depois fecho os olhos para o tumulto dos meus sentimentos
lá fora as gotas caem silenciosas como cristais reluzentes,
aqui dentro meu coração transborda como nuvens transparentes, 
meus olhos choram uma tempestade exagerada, mal acabada
minha mente recria a sua imagem manchada
pelas lágrimas... um rio de lágrimas

Um pranto antigo, doído... quase um castigo
o relâmpago ilumina o quarto trazendo sombras mal formadas do passado
o vento balança sua foto na parede como se você dançasse sozinho
e o estrondo do trovão pulsa como meu coração, ritmados
minha vida vira uma tempestade, inundada em lágrimas, 
curvada em um canto temendo os agouros dessa chuva que não passa, 
você tornou-se meu mal tempo, minhas nuvens cheias, de incertezas e de tristezas
você que era o meu sol, hoje virou meu dia nublado, acinzentado.
Você que um dia sorriu pra que eu não chorasse, hoje calado deu-me as costas para não ver o meu choro. 
E nunca mais eu parei de chover. Hoje sou sempre tempestade...


— Rosi Rosa

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