terça-feira, 17 de junho de 2014

Pátria amada?








O país passa fome, frio e morre a míngua sem saúde. 

Ouviram?
Mas na COPA, só ligam se fulguras ó Brasil, florão da América. 
Quem liga, se és mãe gentil e estão pedindo esmolas aos filhos desse solo, amado?

É gol. Pátria Amada Brasil! É gol!

E o povo é heroico e grita o gol com um brado retumbante. 


Gol!


E o brilho do céu tão forte, nesse instante, deixa a seca escaldante.
Em raios fúlgidos. 
Conquista com o braço forte, óh pai trabalhador, criando seus filhos numa casa sem espaço e liberdade. Com muito amor. 
Ele desafia a própria morte, nos transportes defeituosos da idolatrada, salve, salve.
Pátria amada.

E o sonho? E o amor? E a esperança?
A terra desce. 
E um raio corta o céu formoso, risonho e límpido. 
Escuridão e tristeza resplandece. 
Brasil.
E que futuro espelha essa grandeza,
terra adorada?
Em outras mil, o futuro fugiu nas mãos dos endinheirados. 
Deixando os pobres sem educação e nenhum tostão. 
Ao som do mar, o céu profundo,
ouve-se lágrimas de desespero
ao imaginar o novo mundo
traiçoeiro e sem dinheiro. 
Cadê os sorrisos dessa terra, mais garrida?
E aquelas flores murchas num campo acinzentado e  morto?
Gigante pela própria natureza?
Não, pequeno e cheio de estranhezas.
Colossal e  impávido?
Não, covarde, ávido. 
Nossos bosques tem mais vida e mais amores?
Que vida?
Que amores?
Estamos morrendo, pátria amada.
O Brasil é um símbolo eterno 
de desigualdades, que ostenta, estrelado.
E o que diz a flâmula? 
'Paz no futuro e glória no passado.'
Não há futuro, quando a justiça ainda se ergue no passado.
Verás que o filho teu nem entra à  luta.
Ele foge.
Ele teme a própria morte. 
Terra adorada.
Coloca uma venda em outras mil pra não ver o quão está manchada.
Esquece a mãe gentil.
Morre o filho desse solo,
sem cuidado e sem respeito.
E na copa, grita-se gol.
Esquecendo os seus defeitos. 

És tu Brasil. 
Pátria amada?

— Rosi Rosa

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