quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Não era amor?



A saudade me faz ficar emotiva, tudo que vejo, ouço ou falo me lembra você. No silêncio do meu quarto é onde a saudade ecoa mais alto, o vazio me deixa inquieta, há momentos em que me desespero. Olho reiteradamente para a tela do computador, para o celular, ansiando por um sinal seu, mas sei que você não voltará mais. Tento me conformar com a sua ausência, com a nossa distância, mas algo dentro de mim não quer aceitar o fim de tudo.

Se fizermos uma análise mais superficial do nosso "relacionamento", iríamos dizer que nada realmente aconteceu, não ouve toque, não compartilhamos o mesmo lugar, não fizemos um compromisso oficial. Mas nada deve ser baseado no superficial, ao analisarmos mais profundamente, descobrimos que o que tivemos, muitos casais nunca terão. Tivemos uma cumplicidade inexplicável, um carinho sincero, uma preocupação verdadeira para com os problemas e expectativas um do outro.

Em dado momento, fomos mais parceiros que muitos casais que estão juntos há décadas. Com você compartilhei meus sonhos, meus desejos, meus medos e minhas alegrias. Com você desejei ser diferente, mudei conceitos e abri mão de certos preconceitos. Tentei ser a pessoa que estaria ao seu lado nos maus e nos bons momentos, que seria a primeira a saber como foi seu dia, quais foram as suas conquistas, quem receberia o seu primeiro bom dia e seu último boa noite.

Hoje só me restam lembranças, de um momento bom, de quando éramos você e eu. E suas palavras de carinho e algumas de amor, que você pode até não lembrar, mas eu lembro perfeitamente, ficam ecoando dentro de mim. Ah, como queria ser tão forte quanto transpareço ser, e esquecer aquilo que um dia eu julguei ser amor.

 Eliene Percília

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