domingo, 28 de julho de 2013

Você nunca quis ser encontrado





O que mais me machuca é que não houve despedidas,

apenas seguimos caminhos diferentes, 

calados, 

separados,

não olhamos pra trás e nos perdemos um do outro,

eu ainda te procuro nos mesmos lugares, 

mas dói saber que você nunca me procurou; 

pior, 

parou de ir nesses lugares temendo que eu te encontrasse, 

você nunca quis ser encontrado... nem mesmo quando estávamos juntos.

E agora, 

me despeço em palavras, 

curtas, 

rápidas, 

melancólicas, 

apenas para dar um fim nessa esperança fingida!

Você partiu sem dizer adeus, 

e agora é a minha vez de seguir em frente, sem você.

Adeus, seja feliz sempre... 

_ Rosi Rosa

Violino Mudo: O adeus de um amigo.





 O desabafo de John após a morte de Sherlock.
Sherlock BBC

N/A: Fiz essa pequena fic como um desabafo de um amigo, sem qualquer conotação sexual, nunca os vi como um casal, não tenho preconceitos, mas nunca consegui enxergar nada de romance entre os dois, apenas amizade real e verdadeira. 

Era difícil  entrar naquele apartamento sem ele, todas as coisas, as menores marcas, tudo era ele, o rosto feliz desenhado na parede para o entreter nos dias de tédio parecia chorar comigo, abri seu quarto, senti seu cheiro, o violino descansava na poltrona, quantas vezes o som desse maldito violino perturbava meu sono durante as madrugadas, e hoje o que eu não daria pra ouvi-lo tocar uma vez mais, nem me lembro mais da sua última melodia ou do som irritante como eu costumava dizer, minha mente foi inundada pelo seu sangue, por seu corpo inerte naquele chão frio, porque Sherlock, porque você optou pelo suicídio? 

Com a  janela aberta do seu quarto vazio sinto o vento entrar ruidosamente, levando embora qualquer resquício do seu cheiro,  o silêncio chega a machucar... Certa vez você disse que não tinha amigos, magoando-me profundamente, foi apenas no outro dia que você retificou suas palavras dizendo que possuía apenas um amigo, e esse amigo era eu... Sou eu!

E hoje, mesmo depois de meses após sua estúpida morte, essa amizade segue forte dentro de mim, diante o seu túmulo pedi, esbravejei para que você estivesse vivo, e de nada adiantou a minha raiva, eu te vi saltar para a morte e mesmo assim torci para que fosse apenas um pesadelo, que eu acordaria sob o som ensurdecedor de seus tiros na parede, ou com o seu mal humor infantil insistindo em conversar apenas com o seu estupido crânio, mas não foi isso que aconteceu, você realmente havia morrido, Sherlock Holmes... morto.

Fui sua carta de despedida, fui seus ouvidos para o mundo, mas você não ouviu meu apelo desesperado ou não quis ouvir meus gritos de desespero para que você não saltasse, ficou falando e falando... não acreditei em nada do que me disse, você nunca foi uma fraude, eu vi de perto sua inteligência aguçada... e por vezes me assustei com sua perspicácia e rapidez em ver além do que uma mente normal jamais veria... mas agora volto a entediante vida sem meu amigo, sem casos para solucionar, sem você irritavelmente entediado, adeus meu amigo, adeus Sherlock Holmes.

Antes de sair definitivamente daquele lugar, ele pegou o crânio "amigo" de Sherlock em dias de solidão, dias em que ainda não se conheciam, o crânio fora substituído pelo John há algum tempo, agora aquele crânio também seria seu amigo, seu único amigo. Uma lembrança apenas.

John Watson fechou as janelas do quarto, olhou demoradamente por toda a extensão do ambiente escuro, tocou com delicadeza no violino mudo, suspirou pesadamente antes de ir embora e parti pra sempre daquele apartamento da Baker Street 221B, não podia ficar no lugar onde tudo lembrava seu amigo morto, deixaria tudo pra trás, apenas as lembranças o acompanharia, lembranças daquele que foi seu melhor amigo, seu parceiro Sherlock Holmes.

*Fim


_ Rosi Rosa



Ele acabou com a minha dor





Steve contemplou Sara ao longe, o corpo delgado, o olhar perdido, um pedido de socorro silencioso emanava daquela pequena criatura, sentada em um banco de praça, as mãos inquietas em seu colo... Steve  McGarrett fora contratado para proteger aquela pobre menina rica, solitária até mesmo na multidão, ao longo dos meses em que já a protegia, ela nunca sorria, nem mesmo aquele leve sorriso disfarçado, nada... como se ela não soubesse mascarar a dor... seus lábios apenas formavam uma pequena linha rosada, algumas vez ela mordia o lábio inferior em descontentamento, mas nunca havia o minimo de um sorriso ali, nunca... que sofrimento aquela menina teria? 

E que sensação era essa que Steve sentia o impulso de pega-la em seus braços e retirar sua dor em abraços apertados? Negou a si mesmo qualquer sentimento, ele era seu guarda costa, e ela era apenas um dever, uma obrigação, não deveria nutrir sentimentos por pessoas que pagavam seu salário, nem mesmo se essa pessoa fosse a Princesa Sara Peres, a princesa solitária como era chamada em toda imprensa, alguns grandes jornais a intitulava a Dama de Gelo, como se aquele pequeno ser não fosse dotado de um coração, mas ele sabia o quanto ela sofria em silêncio, ele sabia o quanto aquele coração precisava ser aquecido...

O banco da praça onde Sara estava sentada, não era um banco de praça comum, a praça em questão era um jardim  glamouroso ao redor de uma grande mansão em estilo vitoriano, um pequeno palacete suntuoso. As altas árvores pareciam sentinelas resguardando a mansão e fazendo com que o jardim parecesse secreto.


Com as mãos nas costas em um posicionamento que sugeria proteção, Steve aguardou pela princesa, mas ao que parecia, ela não tinha intenção de sair daquele jardim tão cedo, as mãos que antes repousavam  em seu colo, agora se fechavam em concha escondendo seu lindo rosto, Steve observou quieto, e aos poucos ele foi ouvindo um murmurio, um ressoar de palavras sussurradas, e foi aumentando aos poucos, agora para o seu espanto, o murmurio tornou-se um pranto agudo, doloroso, ele ouvi dor, sentiu-se fracassado diante o sofrimento dela, impotente demais, ele a viu tremer em soluços de angústia, ele viu lágrimas escorrendo por entre os dedos da princesa.

Dor. Solidão. Tristeza. Princesa. Lágrimas... Steve se viu preso em um tormento, lentamente se aproximou, quebraria o protocolo, mas não seria insensível ao ponto de ignorar um sofrimento. Apoiado em um dos joelhos, em frente a princesa, ele ergueu o queixo dela, suas mãos apoiadas no rosto penderam ao lado do corpo, os olhos grandes de um azul brilhante pelas lágrimas estavam assustados, os riscos molhados escorriam livremente pela face pálida da princesa, com uma das mãos Steve secou seus olhos carinhosamente, secando as lágrimas, querendo retirar a dor daquela jovem. 

Um leve tremor no corpo de Sara, fez com que Steve retirasse seu paletó e acomodasse nos ombros frágeis dela, em silêncio sentou ao seu lado, as mãos querendo envolvê-la em um abraço de conforto, mas ele continuou imóvel, foi surpreendido por mãos que envolveram em seu torso, pedindo proteção, carinho... o abraço foi reciproco, quente... reparador... Sara repousou a cabeça no ombro largo de Steve e chorou, chorou, chorou... as lágrimas molhando a camisa branca de seu guarda costa... não havia palavras naquele momento, Steve apenas a embalou, o abraço tornando-se cada vez mais apertado, mais amigo, mais íntimo.

O choro cessou, foram alguns minutos em que se ouvia apenas o bater de dois corações, as respirações oscilavam, pausavam, ofegavam... as mãos de Steve faziam pequenos círculos nas costas de Sara, atenuando o sofrimento. 

Depois de algum tempo Sara adormeceu no abraço de Steve, sentia-se segura, protegida, ele... seu guarda-costa tão sisudo, nem o terno bem cortado conseguia esconder o corpo admiravelmente esculpido por rígidos exercícios, a pele bronzeada, a boca desenhada pecaminosamente, e o perfume almiscarado que ele exalava acentuava ainda mais sua masculinidade, ele cheirava a homem decidido, por Deus... agora ela estava sonolenta em seus ombros perfeitos? 

Em um movimento rápido, Sara desfez o abraço, embaraçada, os olhos fitavam o chão, Steve continuou ali, esperando apenas ela quebrar o silêncio que os envolveram como um manto de aflição.
Ela apertou as pequenas mãos, com uma leve fungada levantou a cabeça e o encontrou a fitando com um ar de preocupação, as sobrancelhas erguidas pareciam interrogar o motivo de seu choro. 

Steve nada disse, observou o rosto de Sara ganhar um rubor tímido, o nariz delicado estava avermelhado, os olhos ganharam um círculo acinzentado em volta do azul brilhante, e ele nunca havia visto algo tão sublime e tão tentador.

As palavras de Sara saíram engasgadas, receosas.

–  Perdoe-me a falta de controle! É que as vezes a vida de uma princesa não é tão alegre assim. –  Steve teve o ímpeto de deslizar seus dedos em seu rosto, beija-lhe a boca até que a alegria fosse soprada em sua alma. Porém, balançou a cabeça, negando a si mesmo a sua falta de controle naquele momento.

– Eu que lhe peço perdão Princesa, não tive a intensão de atrapalhar seu momento de solidão. –  Sara se permitiu sorrir, um riso triste, um riso de sofrimento. Será que ele não percebia que a solidão que ela sentia estava destruindo sua vida? E que a angustia parecia rasgar-lhe a alma? 

Um raro momento, ela sorriu, produzindo uma covinha sensual em seu queixo, era um riso de desculpa, Steve sabia... mas sabia também, que poderia ser um pedido de ajuda. Ele entrelaçou seus dedos ao dela, levando sua mão a boca, o roçar de seus lábios deixou um rastro de excitação, ele a ouviu suspirar, ela piscou algumas lágrimas que teimosamente escorreu de seus olhos.

O vento bailou em seu cabelos, o aroma de rosas os envolveu de forma romântica, o céu estrelado emoldurava aquela cena como uma pintura em movimento, uma tela ainda sendo criada pelo artista.

Sara suavizou a postura, as mãos de Steve aquecendo a sua, deixando seu coração incrivelmente leve, ela abriu a boca para falar, o som de sua voz saiu rouca, sussurrada.

– Sabe Steve...– ela pausou, temerosa por estar sendo quase íntima de seu guarda-costa, afinal sempre o chamava de Sr. McGarrett. _  Posso lhe chamar assim pelo primeiro nome? _ Ele assentiu afirmativamente, seu nome saiu melodicamente daqueles  lábios sensuais, ela continuou sem notar que os olhares dele estavam em sua boca. – É difícil carregar nos ombros o título de Princesa, principalmente quando todos esperam que eu fracasse como meus pais, que seja irresponsável a ponto de morrer igual a eles...




É difícil ter que enfrentar o fim do mundo todos os dias, e acordar tendo que reconstruí-lo.


— THIARA MACEDO


Steve intensificou seu aperto na mão de Sara, sentia o sofrimento dela em seu próprio coração, a tragédia da morte dos pais da Princesa fora assunto por um período longo na imprensa, havia apenas 1 ano desde que acontecera, ele podia sentir seu luto, fora contratado para impedir que paparazzis a aterrorizassem com perguntas indesejáveis, os pais morreram afogados durante uma festa no iate da família, uma festa regada a álcool e a drogas, como insistentemente a imprensa gostava de noticiar, deixaram uma única filha banhada no luxo e na riqueza a mercê de aproveitadores, deixaram uma órfã rica que aos olhos de pessoas sedentas por dinheiro notariam com facilidade o ar de vulnerabilidade que ela exalava. E ele estava disposto a protege-la de todos. 

Sara ainda estava com as feridas abertas, latejantes, sangravam continuamente sempre que lia algo sobre os pais, ou alguém insinuava que ela seria a Dama de Gelo disposta a manter as aparências em público, com uma arrogância sem limites, mas que podia muito bem viver desregradamente sem pudores na privação de olhares curiosos, isso a enervava, sempre fora contra a vida tumultuada dos pais, com a cabeça no lugar, apenas vivia a realidade de seus 25 anos, sem pensar no peso de sua coroa, até a morte dos pais, onde teve que encarar categoricamente sua realeza.

– Mas você não pode viver com esse peso. Suas diferenças fazem de você única, apesar do DNA de seus pais impregnado em seu sangue, a responsabilidade que você carrega me impressiona, você é sensata mesmo com as pessoas torcendo por um tropeço seu, eu a vejo lutar contra a solidão sem apoio, mas quero que saiba que eu posso ser o seu apoio, você não está sozinha, posso trabalhar pra você, mas quero estar aqui também por você. – Steve se assustou com o tom categórico de sua voz, estava deliberadamente se colocando ao lado da Princesa como se pudesse chegar no patamar dela. Espantou ainda mais com o brilho de compreensão nos olhos dela, como se estivesse aceitando o convite de ser cuidada e protegida por ele, além de sua obrigação.

Sara mordeu de leve seus lábios, ouvira atenta cada palavra proferida daquela boca sedutora, seu guarda-costa dizia que queria cuidar dela, no sentido literal da palavra? Sempre fora sozinha, apesar de ter nascido num lar com pais casados, nunca ninguém havia cuidado dela, nem mesmo as inúmeras babás que os pais contratavam, mas que nunca permaneciam por conta da vida tumultuada de sua família problemática. 

Depois de um longo tempo sem sorrir, Sara se pegou sorrindo genuinamente para Steve, ele retribuiu o sorriso com uma piscadela, sua boca se abriu em um sorriso sexy, gargalhado.

Uma prece silenciosa saiu de seus lábios, Sara agradeceu o apoio e nesse instante algo mudou entre eles... Os olhares se encontraram, hipnotizados eles notaram as faíscas de um desejo mutuo, tangível, as mãos entrelaçadas ganharam calor, Steve inclinou o corpo quase tocando o rosto de Sara, o hálito quente soprou em sua direção, ela estava respirando apressadamente, a pele ganhou uma tonalidade avermelhada de excitação e prazer. 

Com as mãos trêmulas Steve desenhou um caminho pelo pescoço de Sara, segurou sua nuca e aproximou o rosto dela até que suas testas estavam unidas,esperou alguns segundos para que ela desistisse, mas as mãos delicadas de Sara já moldavam o rosto delineado de Steve, ele aspirou o perfume inebriante dela enlouquecendo de desejo, o beijo aconteceu primeiro em pensamento, revelando suas fantasias mais eróticas, a língua dançava na umidade da boca perfeita de ambos. Mas eles queriam mais, queriam viver essa realidade desenhada em suas imaginações.

Steve salpicou pequenos beijos pelo rosto de Sara, queixo, nariz, olhos e enfim chegou ao oásis de sua boca, sedento a beijou com voracidade, matando uma sede que nem ele mesmo possuía ter, ela deu um gemido quando ele suavemente mordiscou-lhe o lábio inferior para depois aprofundar-se num beijo alucinante, explorando com a língua todos os cantos de sua boca, gravando na memória seu gosto. 

Ele gemeu em êxtase quando ela o puxou mais para si, ainda sentados ele se viu levantando, levando consigo o corpo de Sara preso em seus lábios, ela ficou na ponta dos pés, roçou os lábios nos dele apaixonadamente, seus corpos encaixavam com perfeição, e ali naquele jardim era onde os dois queriam estar, os corações pulsando sincronizados, o beijo foi interrompido, Steve a ergueu em seus braços, abraçou Sara com tanto carinho e proteção que as lágrimas romperam de seus olhos emocionadamente, ele a colocou no chão com cuidado e secou as lágrimas dos olhos azuis brilhantes que tanto o fascinavam, beijou-lhe a testa demoradamente e sussurrou palavras belas em seu ouvido.

– Não chore minha Princesa, nunca mais chore, quero ver em seus olhos apenas o brilho de felicidade! 

Sara sorriu e dessa vez o sorriso iluminou o véu escuro que a noite lançou sobre eles, ela sorriu e iluminou a vida de Steve.

– São lágrimas de alegria, Steve. Alegria por você querer fazer parte da minha vida, preenchendo um vazio amargo no meu coração.

Steve havia quebrado o protocolo e ganhou o coração da Princesa Sara Peres, um coração que ele pretendia deixar florido para sempre.

Ele segurou-lhe os quadris, afagando seus cabelos a puxou para mais um beijo, numa promessa muda de preenchimento de amor e paz no coração de sua Princesa. O beijo agora foi lento, brindava a calmaria da tempestade, aflorando e fazendo nascer um amor real.

Sara trilhava um caminho lento e certo para a felicidade, longe de sofrimentos encontraria a paz nos braços de seu guarda- costas Steve  McGarrett, o homem que estava disposto a proteger sua vida e o seu coração.

Estava agora em seus braços deleitando de seus beijos, de seus abraços, estava sendo a Princesa de uma só pessoa, estava sendo a Princesa de Steve, rodeada por um jardim glorioso, estava vivendo seu próprio conto de fadas.

Eles ficaram ali, unidos, vivendo o começo de um amor real, contando para as estrelas entre sorrisos seus planos de um futuro a dois. Amando o silêncio e gargalhando com o barulho, estavam felizes e seriam assim para sempre!



Quando você realmente amar alguém e for recíproco, você vai ver como é bom amar. 

— DOM QUIXOTE.

* Fim???

_ Rosi Rosa



Pra você Sar, espero que goste... foi inspirado em você, sua amizade me inspira sempre!!!! 

Título sugerido, título adicionado! Obrigada Sar.




quinta-feira, 25 de julho de 2013

Escritor



Um leitor vive mil vidas antes de morrer, o homem que nunca lê vive apenas uma.


(George R. R. Martin - As Crônicas de Gelo e Fogo)

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Que seja.





Sinceramente eu te desejo um amor.
Que dure.
Que cure.
Que alegre.
Que seja.
Também te desejo um casamento bonito.
Que compense.
Que valha.
Que marque.
Que seja.
Também te desejo uma família estável.
Que cresça.
Que some.
Que esteja.
Que seja.
E por último também te desejo uma boa memória.
E que ela te lembre todos os dias que comigo poderia ter sido melhor.
E seria.


 — Sean Wilhelm.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Para que você quer ser poeta?


Para que você quer ser poeta? Tudo o que você pensar em escrever em matéria de poesia, alguém, antes, já escreveu melhor do que você será capaz de escrever. (…) Mas se, apesar de saber que não vai fazer poesia melhor do que os que vieram antes de você, mesmo assim você vai sentir uma necessidade absoluta de escrever, então escreva. Provavelmente, você será um poeta.

— CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.

terça-feira, 2 de julho de 2013

O sussurro de um coração partido



Gritei, o urro saiu pausado, dramático, sofrido.

Chorei, um choro desesperado, castigado, terrível.

Lamentei, suas lembranças tão nítidas em minha mente. 

Malditas lembranças que me assombram diariamente.

Recordei, das mentiras mal contadas, das verdades inventadas.

Lembrei, do seu rosto, das expressões suaves, da boca convidativa, dos olhos de um verde esmeralda, apaixonantes.

Desejei, seu corpo, ora tão meu, desejoso, desejado, ora tão distante, evitando ser amado.

Odiei, o adeus, silencioso, mudo, doloroso.

Senti, a ausência, urgente, desesperada.

Imaginei, você, amigo, amante, distante.

E a realidade? Eu aqui, sozinha, triste, calada, nunca amada.

O sorriso se foi, deixando entrar em seu lugar a melancolia, a solidão, o desamor, a aflição.

As lágrimas inundam livremente meu travesseiro ao anoitecer, sinto-me fraca nesse sofrimento que castiga minh'alma.

Sinto-me perdida nesse tormento de te amar... sozinha.

E o que ouço nas noites frias e vazias sem o seu amor fingido? 

Apenas o sussurro do meu coração partido.

Rosi Rosa.