quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Sempre em meu pensamento



Autora: Rosinea


Título: Sempre em meu pensamento 


Gênero: Drama, Romance, Songfic

Sinopse: Será que Grissom conseguiria dizer adeus à Sara? 


Fic baseada em alguns trechos da música Always on my mind de Elvis Presley




Ele se aproximou lentamente da grande porta, o corredor extenso o devorando a cada passo, as lágrimas traiçoeiras lhe impedindo de enxergar.


A cerimônia ainda não havia começado, estaria a sós com ela, precisava desabafar, a alguns passos de chegar até ela, ele parou... fechou os olhos com força impedindo novas lágrimas de cairem, passou as mãos trêmulas sobre o cabelo bagunçado, não havia dormido um segundo sequer, passou a noite chorando e desejando que tudo fosse um terrível pesadelo, agora ali diante dela, viu a realidade cruel esmagando seu coração já despedaçado pela dor.


Foi se aproximando aos poucos, agora seu corpo inteiro estremecia, seu coração não sabia mais se batia ou se parava de bater, seu desejo era que ele parasse antes de vê-la. Maldito coração teimoso que continuava a pulsar!


Suspirou profundamente ao vê-la, um grito de dor preso em sua garganta, as lágrimas correrram como um rio de seus olhos azuis, deitada com delicadeza em seu leito de morte, as mãos sobre o peito descansavam displicentemente, ela estava bela, fria e pálida.


Suas mãos tocaram as dela carinhosamente, inclinou-se e lhe deu um beijo terno em seus lábios gelados, as lágrimas escorreram por sua face, molhando o rosto de Sara, sussurrou palavras de amor com os lábios ainda presos aos dela, gelados não transmitiam mais o calor que seu amor necessitava. 


Por alguns segundos fitou a aparência de sua amada, estava vestida com uma camisa branca com botões delicados, uma calça jeans básica e meias coloridas quebrando o tom mórbido que a situação exigia, as flores repousavam ao lado, fazendo com que seu corpo ficasse ao centro como um beija-flor em busca de néctar. Porém, um beija-flor morto...
A dor veio rasgando sua alma, as lágrimas queimando seus olhos, o grito preso quis fugir de sua garganta, sua Sara morta, deitada em um caixão frio, os olhos fechados pra sempre, o grito de dor veio pausado, seguido de um gutural ruído, ecoando na igreja escura o sino tocou emudecendo seu grito, as badaladas ritmadas traduzindo sua angústia.


Chorou feito um menino desamparado, Grissom começou a conversar com Sara como se ela a ouvisse ainda, a voz falhando entre soluços, as lágrimas molhando seus lábios.


_ Sara, minha doce Sara! Eu nunca estive preparado para este momento, te ver assim tão quieta, serena... morta, me faz morrer também aos poucos, sinto um vazio dentro de mim que domina todo o meu ser, sinto que eu falhei, que não te amei como deveria e como você merecia. 


Talvez eu não tenha te tratado
Tão bem quanto deveria
Talvez eu não tenha te amado
Com tanta frequência quanto poderia
Pequenas coisas que eu deveria ter dito e feito
Eu simplesmente nunca me dei ao trabalho




Um sorriso triste brotou de seus lábios, as lembranças brincando em sua mente, acariciou o rosto frio de Sara ternamente.


Começou a lembrar do primeiro beijo, da primeira noite em que se amaram, das mãos dadas sorrateiramente embaixo da mesa do Lab, das trocas de olhares significativas, do ciúme silencioso que tinha, tudo estava passando por sua cabeça naquele momento.


Você sempre esteve em meus pensamentos


Talvez eu não te abracei
Todos aqueles solitários, solitários momentos
E eu acho que nunca te disse
Que sou muito feliz por você ser minha (...)


Sou? Fui...


_ Sinto muito meu amor, sinto que seja você, tão jovem a partir, e antes de mim. Sinto que seja eu a ver seus olhos fechados para sempre, a estar condenado a viver sem você nesse mundo solitário e vazio. Mas quero que saiba que você sempre estará em meus pensamentos, que esse amor que eu sinto por você é eterno, e que nada e nem ninguém ocupará seu lugar em minha vida, renuncio aqui diante de seu corpo, outro amor, outro alguém... lhe entrego meu coração para que seja enterrado junto a ti.


O choro veio forte junto com espasmos por todo o corpo, Grissom tremia inteiro, sentiu suas pernas fraquejar, apoiou suas mãos no caixão, no caixão da sua Sara... Deus como doía vê-la tão frágil, tão pálida e sem vida. 


Seu corpo inerte, sem respiração, seu peito parado sem as batidas de seu coração, era doloroso demais para Grissom ver sua amada daquele jeito, mas era preciso despedir-se dela, sozinho, antes de todos chegarem... 


Olhou triste e já sem forças pra chorar a cruz entalhada de madeira pendurada perto do altar, clamou por Deus para que lhe tirasse essa dor, seria uma heresia se naquele lugar pedisse também pela morte de seu corpo, pois dentro de si já havia morrido naquela tarde em que um tiro calou o coração de Sara. 


Diga-me, Diga-me que seu doce amor não morreu


De nada adiantaria esbravejar diante a cruz, nada a traria de volta, de volta pra ele...


Caiu ajoelhado se entregando as lágrimas, seria um pecado naquele momento de dor total desejar sua morte? Seria pecado? Um grito de dor ecoou pela igreja, seguido de um pranto desesperado, sem forças para se levantar continuou ajoelhado, a cabeça apoiada no chão frio.


Sentiu uma mão desajeitada tocar-lhe o ombro, era Greg consternado que veio lhe avisar que todos já estavam chegando para a missa de corpo presente de Sara, levantou com dificuldade, avistou alguns rostos conhecidos, todos pareciam se apiedar dele, realmente o seu estado era deplorável, não soube se estas pessoas o viram em seu momento de dor, pensava estar somente com Sara e em uma conversa intimista com Deus. Com a ajuda de Greg foi sentar-se ao lado de seus companheiros, mas antes tocou cuidadosamente as mãos de Sara e uma lágrima solitária caiu de seus olhos pousando nos lábios dela, fora seu último beijo molhado, seu beijo de adeus não dado...


Sentou cabisbaixo ao lado de Cath, ela segurou sua mão apertadamente lhe dando forças, o padre começou a falar: 



_ Irmãos, estamos aqui reunidos (...)


No peito de Grissom batia um coração ferido, oco... as pálpebras inchadas, a respiração pausada, sentiu-se pela metade, sem forças nem mesmo para uma prece de adeus... a voz do padre cada vez mais distante, o caixão em sua frente massacrando seu coração, nada poderia calar seu sofrimento, estava sem a sua razão de ser e de viver, estava perdido sem a sua doce Sara, que agora jazia em um caixão duro e frio.


Apagai, pois, minha flama, Deus, 


porque ela não me serve 


para viver os dias. 




~Clarice Lispector~










* Fim


(( Rosi Rosa ))



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O carnaval acabou, A fome não cessou (...)



O carnaval acabou,

A fome não cessou,
Mas todo mundo dançou,
A educação não melhorou,
Mas todo mundo gritou,
A inflação não abaixou,
Mas todo mundo comprou,
Reclama demais,
Julga mas não faz,
A verba o governo usou,
O samba continuou,
E a crise só aumentou.



Autor: Gabriel Malaquias - Inflação de outros carnavais, Colossais

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Luzes apagadas

Praia de Pernambuco- Guarujá, muito linda, recomendo... (foto: arquivo pessoal) 

 Hoje não quero pensar em nada que me estresse, que tire a minha paz, que me angustie. Hoje quero ser poupada de tudo o que me incomoda. De tudo o que foge ao meu controle. De tudo o que me tira do ar. Hoje quero apenas ouvir o silêncio das paredes, a solidão do telefone, o colorido da televisão. Hoje, na boa, quero somente ouvir o barulho do mar. Qualquer outra zoada será dispensável. Ah e, por favor, as luzes apagadas. Assim é mais fácil adormecer...

(Clarice Lispector)

MEIAS


  
  Meias verdades
  Meias vontades
  Meias saudades
Viver pela metade é ilusão
Tire suas meias 
Ponha o pé no chão

- Augusto Barros

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Palavras não ditas




Autora: Rosinea


Título: Palavras não ditas


Shipper: Morgan e Hodges


Classificação: Livre


Sinopse: Hodges vai até o hospital onde está o Ecklie e tenta consolar Morgan, um beijo rápido acontece e então os sentimentos se confundem.


Minha visão sobre a cena do primeiro episódio da 13° temporada. Romantizei um pouquinho a cena, espero que gostem!







Em meio ao caos, entre angústia e aflição, ela o beijou, um beijo rápido, ingênuo... Ele assustou-se, os olhos entreabertos, o coração aos pulos, os lábios inquietos sentindo o toque daquela boca desejada. 


De súbito ela sentiu o coração se aquietar, como um porto seguro se viu salva entre aqueles lábios, segundos... apenas alguns segundos foram necessários para aquele branco de hospital tornar-se multicolorido, um arco-íris depois da tempestade. 


Estava amando ou apenas buscava refúgio para a sua dor em um ombro amigo? Se viu cercada de dúvidas, separados os olhares se encontraram timidamente, ela lhe pediu uma desculpa desajeitada, ele tocou sua mão suavemente, ela engoliu em seco envergonhada, abaixou a cabeça, o olhar meio perdido, sentiu sufocar-se por um sentimento desconhecido.


As lágrimas começaram ritmadas, alcançando o ápice de um quase desespero, ele aparou uma pequena lágrima com o dedo e lentamente ergueu o rosto de Morgan, seus olhos molhados pareciam confusos, suas mãos trêmulas denunciavam nervosismo e medo. Sentia-se transparente diante os olhares inquisidores de Hodges, era como se ele a lesse, desvendando as palavras não ditas, escondidas em seu coração amedrontado.


Ele a abraçou, foi um abraço tímido, reconfortante... mas foram as palavras sussurradas em seu ouvido que lhe deu a certeza que o amor entrara em seu coração, as palavras de Hodges tinham um misto de amor e segurança, ele lhe disse que cuidaria dela, que amaria até mesmo suas imperfeições, pronunciou um simples 'eu te amo' ainda receoso e se viu envolto em um beijo apaixonado capaz de espantar todos os medos escondidos, capaz de completar as frases perdidas, traduzindo a paixão que o coração pulsava.


Entrelaçaram as mãos, testas unidas, respiração ofegante, um meio sorriso se fez em seus lábios, silenciosamente estavam assumindo um amor completo, e foi assim, com as mãos entrelaçadas que receberam a notícia de que Ecklie estava fora de perigo.


De mãos dadas e com sorrisos largos nos lábios caminharam pelo corredor vasto do hospital, aliviados, apaixonados. 


“Minha boca não disse nenhuma palavra, mas os meus olhos disseram tantas.”


— Querido John










*Fim


(( Rosi Rosa ))

domingo, 3 de fevereiro de 2013

O que vieste?


Hoje eu levantei, e joguei para fora tudo o que estava dentro de mim.

E então eu lembrei de você, e do tempo que você me dizia palavras doces.

Do tempo que para você eu significava algo. Que eu era tudo.

Mas deste tudo sobraste apenas alguns restos.

E deste resto vieram as lágrimas.

Das lágrimas vieram as mágoas.

Das mágoas então veio a dor.

E a dor me lembrou a saudade.

E então eu lembrei de você.

Mas depois da saudade o que vieste desde então?


~Sara Peres~

Renato Russo sobre “Pais e Filhos”




“Essa música é sobre suicídio. Ela é muito, muito séria. Me desgasta pra caralho quando a gente toca, e as pessoas não percebem. É sobre uma menina que tem problemas com os pais. Ela se jogou da janela do quinto andar e não existe amanhã. (…) Eu não aguentaria ouvi-la duas vezes seguidas. Eu gostaria, então, que as pessoas prestassem atenção na letra e vissem que é uma coisa muito forte.”
— Renato Russo sobre “Pais e Filhos”.